sexta-feira, 31 de julho de 2009

PEQUENAS PÉROLAS PARA PENSAR (PARTE II DE MUITAS)

PEQUENAS PÉROLAS PARA PENSAR (PARTE II DE MUITAS)

(Autor: Antonio Brás Constante)

 

Quando se escreve, uma das ideias é se aproveitar dos eventos que surgem no ventre da sociedade, mergulhando em seu contexto para dele extrair a textura que nos servirá de texto. Abastar-se no bufe dos acontecimentos, reais ou imaginários, que jorram através dos noticiários. Nas águas das notícias em que nadamos é onde vamos pescando fatos que formam as asas para descrever a utopia de nosso cotidiano.

 

Irei começar falando sobre esta massa fria de ar que impiedosamente nos assola, será que para frea-la adiantaria arremessarmos algum tipo de mola? O frio que se adonou do sul e se espraiou pelo Brasil é tão intenso, que expressões como: "fica frio" parecem redundantes. O pior é que não se consegue esquentar a cabeça com isso.

 

Ainda falando sobre massas, o Rubinho ao invés de botar a mão na massa acabou acidentalmente botando a mola no Massa, amolando quem não merecia. Muitos dos que já achavam ruim quando ele (Rubinho) perdia uma corrida, descobriram que é mais desastroso ainda quando ele perde as peças do carro.

 

Comentando um pouco sobre o caminho das índias verde-amarelo, estamos assistindo ao autodenominado brâmane Sarney, tratando o povo brasileiro como se fossem dalits. Ele utilizou-se do elefante branco e profano que há muito tempo representa nossa administração pública, e com gestos nem um pouco auspiciosos acendeu suas lamparinas do sucesso com provável (e cada vez mais comprovável) dinheiro público. Mas, mesmo agora que tudo está sendo descoberto, parece que a vaca da corrupção (algo sagrado e consagrado na política brasileira) ainda não foi para o brejo, porque ela estava com o rabo preso a outras vacas. Por sinal, em se tratando de política, as únicas coisas que acabam presas são os rabos dos políticos.

 

Em nível mundial o muro das lamentações perdeu terreno para um mundo de lamentações quanto ao óbito do popstar M.J. que apesar de ter morrido, nunca esteve tão vivo (novamente) nas rádios quanto agora. Embarcando no mar de teorias da conspiração quanto às causas de sua partida para o além, ouve-se de tudo, desde uma suposta simulação da própria morte para escapar das dívidas, até que ele morreu por ter se engasgado com um pé-de-moleque.

 

Até o símbolo da paz anda trabalhando para os traficantes. Quem poderia imaginar que o problema nos presídios não seria mais as bombas, e sim as pombas. Por outro lado, a natação não deixa a participação brasileira ir por água abaixo, batendo recordes mundiais em águas internacionais.

 

Enfim, em tempos de pandemia de notícias sobre o vírus influenza (será que estamos sendo "influenziados"?), o jeito é passar os dias na base do esconde-esconde, ou seja, nos escondendo da epidemia para que ela não venha se esconder em nossos corpos (tão pretensiosos mentalmente, quanto frágeis fisicamente), pois caso ela nos contamine, acabará fazendo em nossas vidas, um mal similar àquele que os políticos de um modo geral fazem com a população que os sustenta.

abrasc@terra.com.br

 

Site: recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc

 

SUGESTÃO: Divulgue este texto para seus amigos (vale tudo, o blog da titia, o orkut do cunhado, o MSN do vizinho, o importante é espalhar cada texto como sementes ao vento). Mas, caso não goste, tenha o prazer de divulga-lo aos seus inimigos (entenda-se como inimigo todo e qualquer desafeto ou chato que por ventura faça parte de um pedaço de sua vida ou tente fazer sua vida em pedaços).

 

NOTA DO AUTOR (agora com muito mais conteúdo na nota): Caso queira receber os textos do escritor Antonio Brás Constante via e-mail, basta enviar uma mensagem para: abrasc@terra.com.br pedindo para incluí-lo na lista do autor. Caso você já os receba e não queira mais recebe-los, basta enviar uma mensagem pedindo sua retirada da lista. E por último, caso você receba os textos e queira continuar recebendo, só posso lhe dizer: "Também amo você! Valeu pela preferência".

 

ULTIMA NOVA NOTA DO AUTOR: Agora disponho também de ORKUT, basta procurar por "Antonio Brás Constante".

 

 


domingo, 26 de julho de 2009

LULA POTTER E O ENIGMA DO PRINCIPE

LULA POTTER E O ENIGMA DO PRINCIPE

(Autor: Antonio Brás Constante)

 

Há algum tempo atrás escrevi o texto "Lula Potter e a reeleição de fogo" (disponível em: recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc), onde um certo bruxinho brasileiro enfrentava mil perigos ao lado de seus aliados, em busca da reeleição. Resolvi pegar a mesma ideia e escrever um novo texto ainda falando sobre este mundo mágico com ares de reinado (já que a monarquia ainda resiste em alguns estados brasileiros), conhecido como política.

 

Lula e Potter têm muitas coisas em comum, por exemplo, ambos tiveram uma origem humilde, cercada de preconceito e perseguições contra eles. Potter tem milhões de leitores, Lula de eleitores. Harry usa diversos encantamentos para alcançar seus objetivos, Lula dispõe de vários programas (bolsa família, etc) para encantar a população (muito mais eficaz que qualquer poção do amor).

 

Nesta nova fase da história podemos perceber muitas mudanças nos personagens. Mudanças físicas (provenientes de plásticas e afins) e de comportamento. Lula passa a desempenhar um papel mais de Dumbledore, o mago supremo, e sua aliada Dilma Hermione, ganha o papel de Dilma Potter a escolhida (que também usa um par de óculos redondinho, se parecendo ainda mais com o famoso bruxinho). Enquanto isso, no jogo de quadrilhabol político, muitos aliados e adversários continuam caindo de suas vassouras.

 

O que chama a atenção de quem assiste a tudo que se desenrola tanto no cenário político quanto no filme do bruxinho, é que em meio a ataques mortíferos entre os oponentes, muitos trambiques e falcatruas acabam sendo descobertos, mas ninguém é pego ou termina preso. A propósito, quem precisa do manto da invisibilidade quando se tem o manto da impunidade a sua disposição?

 

Lula continua enfrentando as forças das trevas e, em muitos momentos, o seu envolvimento com essas forças é tão intenso que parece que ele passou realmente para o outro lado, ao menos é o que muitos sentem ao vê-lo defendendo certos cavalheiros (ou seriam Calheiros?), ou arrumando Sarneys para se coçar. Tudo bem que lá no fundo, bem lá no fundo (provavelmente no fundo monetário), mesmo os mais podres parecem ser pessoas de bem (ou seria de bens?), mas também ele não precisa ficar fazendo cafuné na cabeça e "gute-gute" nas bochechas deles, muito menos defendê-los.

 

Na dança entre mocinhos e vilões onde nunca sabemos se existem mesmo mocinhos, vemos agora um novo episódio acontecer: Lula Potter e o ato secreto. Neste filme, Lulinha não é o ator principal, mas defensor de um dos "Comensais da Morte". Um comensal que anda envolvido em vários atos secretos e tenta se proteger dando a entender que apesar de todos nascermos iguais, uns ganham poderes especiais junto com o mandato de senador, não podendo mais ser tratados como meros "trouxas" (denominação utilizada para definir as pessoas comuns nos filmes de Harry Potter).

 

Nesta paródia onde a graça dá lugar a desgraça, nós vemos inúmeros eleitos se esbaldando no dinheiro público para viverem como príncipes, algo que para pessoas conscientes (com um mínimo de honestidade), seria entendido como roubo. Estes "príncipes" parecem não se importar em agir como ladrões, e assassinos (visto que muitas pessoas morrem pela falta de investimentos em áreas públicas, que são desviados por esses déspotas). O enigma está em se conseguir entender como esta falta generalizada de caráter toma conta tão facilmente dessas ilustres figuras.

 

O que acontecerá no desenrolar desta história não poderei contar, para não estragar a surpresa (e porque também não sei), mas a decisão final sempre cabe aos "trouxas" que tanto no filme como na vida real acabam sendo coadjuvantes anônimos que pagam caro para participarem deste filme. E quanto ao Lorde Voldemort? Bem, em um mundo repleto de crises econômicas, pandemias, guerras e tanta corrupção, quem precisa de um arquiinimigo?

abrasc@terra.com.br

 

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sábado, 18 de julho de 2009

O QUE FAZER COM UM MILHAO DE AMIGOS?

(Autor: Antonio Brás Constante)

 

Nos tempos da jovem guarda um dos hits de sucesso era aquele que dizia: "eu quero ter um milhão de amigos...", algo que provavelmente só poderia ser possível na china, onde existem mais de um bilhão de habitantes, ou seja, alguns milhões seriam quase nada. Não é à toa que se os chineses resolvessem pular da cama todos ao mesmo tempo, e tropeçassem, e ao tropeçar se agarrassem ao ropeiro e o ropeiro também caísse, a onda sísmica provocada causaria devastadoras catástrofes e até mesmo, porque não dizer, catástrofes devastadoras (talvez isso explique porque milhares de chineses vivem em condições desumanas, morando em lugares apertados, onde ninguém conseguiria pular, ter uma cama, ou quem dirá então, um armário).

 

Se a música fosse sucesso nos dias de hoje, alguns até poderiam pensar que para tornar realidade tal desejo de ter tantos amigos, bastaria se cadastrar em algum site de relacionamento como o Orkut (onde tudo que escrevemos é interpretado como SPAM e bloqueado). Mesmo assim, um milhão de pessoas é muita gente. Para se ter uma ideia do montante, mesmo no orkut, o indivíduo teria que adicionar a cada dia cem novos amigos, e ainda assim, ele precisaria de, aproximadamente, uns trinta anos para conseguir alcançar a cifra milionária (salvo se ele utilizasse alguma falcatrua virtual, dessas que o orkut não pega por estar mais preocupado em infernizar seus usuários normais que somente querem trocar mensagens com seus amigos).

 

Caso, milagrosamente, alguém conseguisse tantos amigos, e resolvesse ligar para eles ao menos uma vez por ano, teria quer gastar no máximo doze segundos com cada um, e teria que utilizar dez horas por dia nessas ligações, durante o ano inteiro para falar com todos eles. Falaria apenas um mero "olá", e ouviria um "tudo bem", deixando a seqüência da conversa para o próximo ano.

 

Se quisesse presenteá-los, também ao menos uma vez por ano (afinal, eles são seus amigos), comprando presentes em lojas de R$ 1,99, gastaria anualmente quase dois milhões de reais em lembrancinhas (sem calcular o valor do frete, etc). Claro que haveria a contra partida, já que também receberia presentes deles (sem ter espaço para guarda-los). Reunir os amigos para uma festinha? Nem pensar, pois além do gasto absurdo, este número de pessoas lotaria quase dez estádios de futebol, do tamanho do Maracanã.

 

Vi em uma reportagem que cada pessoa se relaciona com aproximadamente de 1.700 outras pessoas durante sua vida (entenda-se por relacionamento qualquer ato onde pelo menos ela acabe conhecendo o nome de seus contatos), um número bem aquém do vultuoso milhão almejado pelo Rei.

 

Dependendo da situação, até que o tal milhão não representaria muita coisa, por exemplo, um milhão de cruzeiros hoje em dia não é nada, mas já representou fortunas, ou nem tanto, visto que chegamos a ter em nossa economia notas de 500.000,00 (quinhentos mil cruzeiros), que eram utilizadas para pagar, entre outras coisas, o salário mínimo da época. Por isso, os desejos (quando financeiros) devem ser sempre feitos em dólar, para que no eventual acaso de que sejam atendidos, não fiquem defasados.

 

No que diz respeito à amizade, a qualidade tem muito mais valor do que a quantidade. Boas amizades necessitam de doação de ambas as partes, de companheirismo e dedicação, entre tantos outros ingredientes, para se enraizarem, e tudo isso demanda tempo. Enfim, quem quer ter um milhão de amigos, acaba por não ter nenhum.

abrasc@terra.com.br

 

Site: recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc

 

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sábado, 11 de julho de 2009

M.J. MORREU E NINGUÉM PARECE SE IMPORTAR

M.J. MORREU E NINGUÉM PARECE SE IMPORTAR

(Autor: Antonio Brás Constante)

 

Morreu há alguns dias atrás M.J. Morreu em casa, sozinho, sem amigos. Morreu de frio. Morreu pobre, moribundo. Morreu mulher. Você que provavelmente começou a ler este texto achando que eu iria falar de apenas um M.J., astro do pop, que fez as lágrimas rolarem de inúmeros fãs, e que teve o mesmo princípio de vida que a grande maioria, ou seja, lutando numa corrida louca para existir, enquanto seus pais faziam a festa, se enganou. Pois quero aproveitar para falar dos tantos M.J. que andam entre nós, anônimos como nós.

 

Eles varrem as calçadas de nossa cidade, comem nos mesmos restaurantes e lancherias que comemos, nos xingam no trânsito, ou seja, vivem ao nosso redor, e quando morrem sequer derramamos uma lágrima por eles. Entre eles encontramos crianças desamparadas, ou velhos vivendo em asilos totalmente abandonados, são mães e pais de família, jovens na busca por um emprego para ganhar a vida. Jovens que perdem a vida empregando seu tempo na busca de veneno, desses que também matam celebridades em Hollywood.

 

Esses M.J. poderiam ser chamados por tantos nomes usando essas mesmas siglas, mas suas sinas não nos atraem. O M.J. anônimo, lutador, não dá notícia, não atrai multidões, não vende milhões (ou seriam bilhões?). Conforme citou um jovem de nome Rafael, que costuma ceder um pouco de seu tempo para prestigiar meus textos: "O jornal de hoje sempre acaba embrulhando o peixe de amanhã!" (autor desconhecido), a memória das pessoas também faz assim, hoje aplaude, mas no outro dia já esqueceu, e os ídolos viram pó, sem dó, abrindo espaço para novas estrelas terrenas que o nosso pequeno mundo invadem.

 

Um M.J. morreu, deixando toda uma obra que ficará viva até que algum ditador apocalíptico resolva estourar alguns fogos atômicos para terminar com todas as farras deste mundo.

 

Enfim, vivemos em um mundo onde muitos têm piedade de poucos, e muito poucos dizem se importar com muitos (que nem são tantos como tentam parecer). E assim a humanidade segue olhando a luz das estrelas distantes, com um ar de admirada, enquanto pisa sobre si mesma sem parecer se importar com mais nada.

abrasc@terra.com.br

 

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segunda-feira, 6 de julho de 2009

ESCREVENDO SOBRE A MORADA DA ESCRITA.

ESCREVENDO SOBRE A MORADA DA ESCRITA.
(Autor: Antonio Brás Constante)

Se o livro é a casa do escritor, seu universo é nômade e segue itinerante pelas feiras dos livros. Feiras que voam como pássaros livres ao sabor dos ventos, e que anualmente vem nos visitar, esperando por nossa vinda, para que junto com seus filhos textuais possamos alçar nossa mente ao infinito e também voar.

O que é o livro senão uma expressão do ser e do viver, viver e respirar, respirar e sentir, sentir e amar. Seja através do toque dos olhos nos símbolos desenhados no papel, como se eles dançassem em um baile, ou da visão tácita ao se deslizar a ponta dos dedos que acariciam folhas em Braille. Formas diferentes de sorver a literatura, ambas unidas pelo mesmo saber e sabor, transmitidos pela leitura.

Do concreto se erguem as cidades, das palavras se constroem os livros, e ambos se encontram nas feiras dedicadas a leitura. Jovens cidades centenárias, com problemas de gente grande (por exemplo, escrever é tão viciante quanto viver, a droga é que muitos preferem as drogas), e que são feitas de ferro e famílias, vidro e vida, aço e amizade, cimento e sonhos, tudo mesclado em mil fragmentos, e impulsionada por milhares de corações.

Pelas veias desses lugares onde repousam nossos lares, andamos rumo ao futuro, muitas vezes esquecendo que somos parte do presente onde se trilham os caminhos que poderão melhorar ou piorar o seu semblante, e que isto depende de nós e de nossos semelhantes. Somos moradores de seu ventre, e nele tantas vezes descansamos, e ao acordar continuamos nossa história, que se torna parte da memória de nossa cidade.

Neste contexto, aqui transcrito em forma de texto, quando percebermos o poder que temos na existência e na vida das localidades onde moramos, e que atos singelos como partilhar de eventos tão belos como as feiras do livro, podem vir a transformar nossos caminhos. Prestigiar tais acontecimentos torna-se mais do que uma manifestação social, sendo um gesto de amor.

Somos pessoas divididas por faixas e trilhos, muros e cercas, individualismo e medo, mas quando nos vemos unidos, formamos um povo com centenas, milhares e até milhões de seres vivos e pensantes. A partir daí começamos a ter a noção da força que podemos ter como sociedade, e de que conseguiríamos fazer até o céu tremer e o chão flutuar com o poder de nossa união.

Cada um de nós é uma letra, nossas famílias formam as palavras, nossos círculos de amizades criam frases, e todas estas frases compõem a cidade onde moramos. As feiras do livro são chances de nos encontrarmos com nossos semelhantes, enquanto nos perdemos no salutar hábito da leitura. E a leitura é alimento que não sacia, ao contrário, ela instiga o apetite do leitor, tornando-o um devorador assíduo de textos, recheados de palavras, temperados com novas idéias e, em muitos casos, adoçados com pitadas de poesia e humor.

Ao terminar de escrever este texto, tendo o frio como companheiro, quis dar minha contribuição não apenas como escritor, mas como cidadão, transformando sentimentos em palavras. Espero que estas palavras tragam a tona à energia que reside dentro de você, conduzindo-o até os livros que esperam por sua chegada de páginas abertas.
E-mail: abrasc@terra.com.br

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