sábado, 23 de fevereiro de 2008

AH, SE MEU UMBIGO FALASSE...

AH, SE MEU UMBIGO FALASSE...
(Autor: Antonio Brás Constante)

Muitas pessoas (assim como eu) possuem dentro de si um estômago com características políticas, que sabe influenciar nossas vontades em seu próprio beneficio, fazendo com que todas as outras partes do corpo trabalham para ele.

O estômago parece saber persuadir o cérebro a procurar por comida, deixando outros setores importantes do corpo, tais como: saúde (atividades físicas), educação (leitura), e convívio social (AQUELE PEDAÇO DE PUDIM É MEU!), totalmente de lado. O cérebro fica em uma posição quase literal como testa de ferro, mantendo vistas grossas diante das orgias que ocorrem dentro do seio estomacal (próximo ao seio animal). O resultado só poderia ser uma baita M...*.

É o estômago que recebe todas as verbas (proteínas, vitaminas, sais minerais, etc), e trata de distribuí-las para os demais órgãos. Todo este poder torna-o ambicioso, querendo sempre mais e mais para si, buscando satisfazer seus caprichos a qualquer custo, mesmo que para isso tenha que deixar de lado o apelo geral do corpo a quem ele deveria servir, que suplica a cada nova refeição por alimentos mais saudáveis e nutritivos.

Toda esta dilatação centrada no aparelho digestivo favorece a fabricação do tal tecido adiposo, um dos tipos de tecido mais odiados por onze entre cada dez modelos da moda modular e massificada (porém, sempre reinventada como algo novo e atual).

Você pode achar que estou falando de outra coisa ao me referir ao estômago (e pode apostar que estou mesmo), pois mesmo a máquina administrativa estomacal, quando descontrolada, acaba se inchando cada vez mais, causando prejuízos a todo sistema corporal, individual e pessoal do ser humano. E assim seguem os estômagos sempre à frente de nossa silhueta, onde a única e heróica resistência a sua expansão (uma resistência que parece tentar voltar de onde saiu), provém do umbigo (ah, se meu umbigo falasse...), atualmente apelidado de “porta-pircing”.

Tudo isto vem causando brigas e crises de consciência no âmago de nossas próprias essências, inclusive trazendo rupturas e separatismos estomacais, através de revolucionárias técnicas que nos dias de hoje já conseguem dividir o estômago em duas partes visando recuperar o equilíbrio interno (uma espécie de divisão de poder em busca do bem comum).

Parece realmente que tudo começa pela barriga, já que é ela que vai visivelmente crescendo durante a gestação e também depois do casamento. O que me faz lembrar que nascemos de contrações em um mundo de contradições...

Em meio a todo este contexto apresentado em forma de texto, penso que talvez a frase: “conhece-te a ti mesmo” possa ter sido criada como referência ao estômago, demonstrando que se é tão difícil controlar um simples órgão interno, quem dirá então toda uma nação, onde cada vez mais sentimos náuseas diante das tantas maracutaias que saltam aos olhos da população, com seus politiqueiros de plantão que vem tentando (indigestamente) nos empurrar goela abaixo toneladas de corrupção.

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sábado, 16 de fevereiro de 2008

UM PRÉDIO, UM TERRORISTA, UMA BOMBA...

UM PRÉDIO, UM TERRORISTA, UMA BOMBA...
(Antonio Brás Constante)

Era uma tarde tranqüila naquela empresa. Uma multinacional poderosíssima que construiu sua sede, batizada de "fortaleza de ouro", com toda tecnologia e segurança que o dinheiro pode comprar. Utilizava equipamentos de ultima geração e cuidados especiais, tais como: sensores, câmeras, equipes de vigilância, garagem subterrânea para os carros dos funcionários, etc. Sem medir custos, pois queriam evitar qualquer tipo de problema, deixando seus funcionários confortáveis e seguros, concentrados em melhorar os índices de desempenho patrimonial. Trabalhando para que a empresa pudesse lucrar cada vez mais e melhor, ultrapassando metas e superando resultados anteriores.

Uma das precauções da administração era o treinamento de seus funcionários para eventuais (porém improváveis) abandonos do prédio. Tinham feito há poucos dias uma simulação de abandono. Algo extremamente organizado e com ponto de encontro no estacionamento público que havia na frente do edifício. Era um belo local, repleto de árvores e flores. Ali nunca estacionavam muitos carros, dada a localização geográfica do prédio que se encontrava longe dos centros comerciais. Aquela área de encontro também ficava afastada o suficiente para garantir a segurança das pessoas em caso de algum risco envolvendo o prédio.

A tarde seguia tranqüila, até o telefone tocar. A secretária, uma moça educada, muito simpática e sorridente, atendeu a ligação (ela era realmente muito simpática e sorridente, o tipo de pessoa que parece estar sempre pronta para participar como protagonista de algum comercial de creme dental). A voz no outro lado da linha se identificou como sendo de Radshed, o terrorista. Avisando que explodiria uma bomba em exatos quinze minutos e que eles seriam suas vítimas, pois eram porcos capitalistas. Após dizer isto, emitiu uma risada sinistra (dessas que são geralmente soltas por psicopatas nos filmes de terror), desligando o telefone.

Radshed era um terrorista famoso, com seu nome estampado em vários noticiários pelo mundo, e seu rosto estampado em camisetas de várias lojas, que eram vendidas para pessoas que gostavam de demonstrar que simpatizavam com lideres famosos e revolucionários, independente de quem eles fossem. Uma de suas principais características era de sempre cumprir o que prometia. A atendente, após o choque inicial, ligou para o setor administrativo que também teve um choque inicial. Passado o referido choque acionaram então o alarme. Mesmo com toda tecnologia que protegia o lugar, não poderiam duvidar de uma ameaça assinada por Radshed. Após ouvirem o alarme, todos os funcionários (após seus respectivos choques iniciais), começaram a evacuar o prédio. Desciam desnorteados, não sabendo se era mais um treinamento ou um abandono real.

As pessoas do prédio se dirigiram para área do estacionamento público, que para sua sorte encontrava-se quase vazia, com apenas um veículo estacionado ali. O murmurinho era grande. A expectativa era geral. Uns ligavam para seus conhecidos avisando sobre o fato. Outros faziam piadas, pois tinham certeza que era um trote. Afinal, como o terrorista poderia colocar uma bomba em um prédio cheio de câmeras. Com vigilância armada e sistemas de alarme e presença em todas as portas e corredores. Nada entrava ou saía dali sem uma revista prévia e sem passar pelo detector de metais. Era óbvio que se tratava de uma brincadeira.

O tempo estipulado pelo terrorista estava acabando. O suspense aumentando. Todos olhando fixamente para o prédio vazio que se encontrava próximo a eles. Contagem regressiva. Dez. Nove. Oito. Sete... Alguns trancaram a respiração. Seis. Cinco. Quatro. Três... O silêncio era total. Dois. Um... BOOM!

Uma explosão violenta fez tremer o chão com tanta força, que pôde ser sentida a alguns quilômetros dali. Porém, o prédio Fortaleza de ouro se manteve de pé, intacto. Na sua frente agora era visível uma enorme cratera, onde há poucos instantes atrás havia um estacionamento público.

Posteriormente, especialistas puderam constatar que o epicentro da explosão aconteceu no local onde se encontrava o único veículo estacionado naquele local. Morreram todos. Mas uma vez se confirmou o que todos sabiam, Rashed sempre cumpria o que prometia.

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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Eles batem e elas... APANHAM.

Eles batem e elas... APANHAM.
(Autor: Antonio Brás Constante)

A sina das mulheres é apanhar. Isto acontece deste os primórdios humanos, nos tempos da pré-história, quando era delas a tarefa de apanhar água, apanhar frutas silvestres, apanhar ervas medicinais e apanhar lenha. Ou seja, passavam os dias apanhando.

Bater era a função do homem, que tantas vezes batia em retirada, quando caçava em bando e se via em desvantagem frente às presas das presas quando estas não ficavam presas em suas primitivas armadilhas. Antes de iniciar a caçada eles batiam no próprio peito segurando suas clavas enquanto urravam seus gritos de guerra, muitos fazendo isto para não demonstrar aos animais que eram caçados o quanto estes guerreiros estavam assustados.

Os tempos mudaram, mas muitos homens (ditos machões), não. Eles saem na noite dizendo que vão caçar e para disfarçar os seus medos já não batem no peito, preferem muitas vezes, ingerir algo alcoólico ou se dopar de qualquer outra forma, buscando adquirir coragem (que em alguns casos se transforma em um sinônimo para atos covardes). O resultado aparece em manchetes de jornais, informando sobre mulheres indefesas em paradas de ônibus, que são surradas por pura diversão (ou seria perversão?). Vítimas de homens que lhes atacam em bandos, de forma traiçoeira, imitando seus ancestrais.

A mulher de hoje ainda apanha e muito para conseguir seu lugar ao sol, onde muitas vezes enfrenta uma jornada dupla (casa e trabalho). É geralmente ela que apanha os filhos na escola, que apanha as compras no mercado e, infelizmente, em muitas situações apanha do marido, quando este resolve descontar nela todas as suas frustrações. O homem de antigamente marcava as mulheres com ferro e fogo para deixar claro que elas pertenciam a eles, hoje estas marcas são feitas no braço, através de surras brutais.

É da natureza do homem gostar de bater, talvez isto explique porque eles batem tanto com seus carros na estrada, após se encharcarem de bebida, batendo sempre o copo nas mesas de bar e pedindo mais um pouco daquelas saborosas e embriagantes batidas.

Vivemos em um gigantesco torrão de terra, ensopado de água salgada que fica girando ao redor do sol, e é neste estranho mundo que as mulheres ainda tentam apanhar o amor guardado dentro de si, buscando entrega-lo aos seus companheiros. Os homens, no entanto, mesmo sentindo a batida do coração em descompasso, procuram agir com descaso frente a esta demonstração de carinho, pois consideram batido este sentimento, algo que inspira fraqueza, uma armadilha na qual não querem ser apanhados.

Enfim, é preciso parar de bater a porta na cara da felicidade, quanto esta chega em nossas vidas apanhando-nos de surpresa. Somente assim poderemos bater asas em forma de sorrisos, elevando nossas mentes para que possam apanhar a beleza que se traduz no simples e indescritível milagre da vida, que se traduz em uma singela quimera chamada de felicidade.

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

OS EX-EXTRATERRESTRES E VOCÊ.

OS EX-EXTRATERRESTRES E VOCÊ.
(Antonio Brás Constante)

Você está seguindo a mil por hora em sua vida até que, sem qualquer aviso, os elementos de sua psique (Id, Ego e Superego), decidem entrar em conflito entre si, buscando decidir quem é quem entre eles, fechando-se para uma reunião nos recônditos de sua cabeça, deixando sua mente a deriva, presa ao seu corpo como uma roupa pendurada dentro de um armário. Tal fato acaba afastando você de tudo e de todos.

Após algum tempo de discussão os três voltam a funcionar normalmente, pois finalmente conseguiram solucionar a questão que envolvia suas próprias motivações, através de uma disputa de par ou impar (inicialmente tentaram decidir no cara-e-coroa, porém, nenhum deles tinha uma moeda). Então, um belo dia você acorda sem ter dormido, e se percebe completamente diferente do que era.

Em total devaneio começa a tecer hipóteses estranhas sobre o que aconteceu com você, como por exemplo: a de ter sido mordido por algum tipo desconhecido de inseto mutante, que injetou toxinas em sua corrente sanguínea, alterando assim seu modo de ser e de pensar (fato que seria perfeitamente plausível, já que não teria como recordar da tal reunião ocorrida em sua psique, pois os três membros dela não quiseram registrar ata dos acontecimentos).

Outra hipótese que poderia invadir sua mente é de que talvez você tenha sido abduzido por uma avançada raça de ex-extraterrestres. A denominação “ex-extraterrestre” seria decorrente da longa permanência desses seres na Terra, fato que os teria motivado a pedirem seus “green cards” logo após terem pousado nos Estados Unidos (alguns anos antes do início desta história). A nação americana seria escolhida pelos alienígenas por motivos óbvios, já que todo mundo sabe através dos filmes de Hollywood que qualquer ser de outro planeta fala fluentemente inglês, isto sem contar o inexplicável ímpeto que alguns deles têm de querer explodir a casa branca.

Por sorte os tais ex-extraterrestres que passaram a tomar conta deste texto eram pacíficos, e se contentaram em destruir apenas uma miniatura do pentágono. Mas a sorte deles mudaria a partir de 2001, com a destruição das torres gêmeas. Daquele momento em diante uma legião de soldados passaria a perseguir qualquer indivíduo (alienígena ou não) que se comportasse de forma estranha. Algo que seria extremamente difícil de se perceber, já que para todos os povos da Terra (alienígenas ou não) os americanos em geral é que eram muito esquisitões (e eles mesmos sabiam disso).

O cerco começaria a se fechar contra os tais seres espaciais, pois eles por serem de uma raça avançada não comiam “hotdogs” ou batatas fritas. Também achavam ridículo o futebol americano e jamais bebiam coca-cola, despertando assim as suspeitas de seus algozes.

O jeito foi fugirem para o Brasil. Chegando em território brasileiro como turistas, descobriram através de um taxista que trabalhava de forma irregular, que o bom mesmo para qualquer gringo era curtir o chamado turismo sexual (que infelizmente existe por aqui). Porém, na ora da tradução sobre o que seria a tal “sacanagem” eles entenderam mal a coisa. Como resultado, acabaram enchendo a cara de cerveja, para em seguida utilizarem uma máquina de teletransporte portátil que tinham no bolso, indo parar discretamente perto de você. Eles então, completamente bêbados, resolveram bagunçar com a sua vida, alterando sua mente e causando toda aquela desavença inicial entre os membros de sua psique.

Alguns ainda podem achar que a sacanagem deles foi ter desenvolvido insetos mutantes que estranhamente picaram seu braço, deixando-o com essa cara de quem não entendeu a história. (Bem-vindo ao clube).

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