domingo, 29 de março de 2009

TEXTUALMENTE PARANORMAL

TEXTUALMENTE PARANORMAL
(Autor: Antonio Brás Constante)

Todo escritor tem múltiplos universos, repletos de idéias dentro de si. Várias linhas de pensamentos atemporais que se conjuminam em curiosos contatos entre os seres saídos direto da ficção com os recônditos da mente de quem os escreve.

Foi numa dessas explosões de pensamentos e mundos que surgiu Odete. Uma dançarina francesa e desempregada do século XVIII, que ganhava a vida exercendo funções desinibidas, como um exercício de profissão em locais do baixo meretrício.

Apesar de ser francesa e eu brasileiro, graças a uma fusão textual e milagrosa, conseguimos nos entender perfeitamente. Ela gostava de falar, de narrar os episódios de sua vida, enquanto eu anotava tudo mentalmente (dentro do possível), já que Odete ficava fazendo cócegas no meu subconsciente com uma pontinha inexistente de seu dedão do pé.

Ela falou de todos os problemas que lhe atormentaram, bem como da felicidade em saber que eles já não existiam mais, pois o tempo (se passaram alguns séculos desde o seu ultimo e derradeiro suspiro), cura todas as chagas que a vida, sem aviso, abre em nossos corações.

De repente Odete se cala, me deixando seguir pensando sozinho a passos rápidos para uma ala desconhecida de minha consciência. Chegando lá, ela marca novamente sua presença através de meus sentidos, começando a dançar ao som de uma agitada rumba, cuja melodia até então eu desconhecia completamente.

Odete não demonstra qualquer preocupação com minhas dúvidas, partindo dali ao ritmo de seu próprio gingado. Outra vez me encontro sozinho entre o aqui e o ali. Entre a fantasia e a realidade. O reino da ficção é um ponto de parada com tamanho infinito e incerto. Porém, antes que minhas divagações pudessem ficar complexas demais para se escrever, ou profundas demais para se ler, Odete volta rodopiando com a leveza dos ventos da mais pura fantasia.

Ela chega como uma verdadeira cigana, pegando em minha mão e me puxando para cima de um tablado invisível, em total sintonia com o impossível. Mas, como até mesmo em textos estranhos nem sempre tudo são flores, sem o menor aviso o tempo fecha (traduzindo: um grande problema se aproxima com jeito de poucos amigos), o nome do problema tem o som de algo parecido com gergelim, Gengiskan ou gengivite. É o tipo de problema que gosta de chegar arrebentando tudo. Travando verdadeiras guerras mediúnicas, que causam seqüelas irreparáveis que repercutem até mesmo no mundo real (algo bem pior do que ficar com o cabelo despenteado).

Odete, percebendo o perigo, some em uma cortina de fumaça verde-esmeralda. Para evitar problemas eu sigo o exemplo dela (sem deixar qualquer rastro de fumacinha que possa me comprometer), encerrando o contato com os infinitos e múltiplos outros mundos, e abandonando à caneta que termina sozinha este texto, deslizando tranqüila sobre um papel timbrado com o símbolo extraído no âmago da retina de sua própria percepção e usando como tinta a imaginação...

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domingo, 22 de março de 2009

AS INSUPORTÁVEIS GUERRAS QUE SUPORTAMOS

AS INSUPORTÁVEIS GUERRAS QUE SUPORTAMOS
(Autor: Antonio Brás Constante)

Nós, seres humanos, somos animais que se autodomesticaram durante a própria evolução, buscando assim conseguir viver em sociedade. Em nosso dia-a-dia brigamos com nossos medos para podermos viver em paz, criando pretensas ilhas de tranqüilidade para escapar das guerras que nos cercam por detrás de nossas cercas. São tantas essas guerras que muitas vezes nem percebemos sua presença como um ato de guerra, pois em diversos casos elas ganham outros nomes, sendo chamadas, por exemplo, de crises sociais. Porém, independente do nome que tenham, o resultado é sempre o mesmo: morte e sofrimento.

Vamos começar citando a guerra do trânsito. O indivíduo engatilha a primeira marcha do seu carro e sai armado pelas ruas. Onde a imprudência aliada ao veículo faz com que a travessia por cada sinaleira, esquina ou estrada, se transforme em uma espécie de roleta russa. O proprietário compra aquela máquina que tanto lhe fascina, sem se dar conta de seu potencial como arma assassina. Basta engatar a marcha para destravar a arma. E os bons motoristas seguem suas lidas, sem perceberem que a qualquer momento poderão estar tirando uma vida. Não é à toa que morre mais gente no trânsito que em muitas guerras ditas como “oficiais”.

Guerra das drogas, entre elas o álcool, onde o viciado torna-se vítima e algoz das mortes causadas por seus próprios atos, ou inoculando doenças através de seringas compartilhadas. Cada viciado é um prisioneiro que, ao tentar se libertar (de padrões sociais, de problemas existências, do simples ócio, ou da própria consciência), acaba sendo preso pelo elixir mágico que lhe prometia felicidade instantânea como recompensa.

Guerra da violência. A estupidez é a maior munição, sem distinção sobre o grau de instrução, já que muitos seres estudados, gostam de jogar ovos podres pelas janelas de seus suntuosos apartamentos bem situados (procure sobre o assunto e achará tais culpados). Outros preferem espancar de forma selvagem quem consideram ser inferior aos seus conceitos arrogantes (preconceitos dilacerantes).

Guerra da fome (desnutrição) – A guerra silenciosa que mata por falta de pão. Que tira o sorriso de tantos rostinhos inocentes. Que vai definhando pobres corpos até que estejam miseravelmente fracos, ficando expostos por baixo da pele todos os seus ossos. É a morte se sustentando por falta de sustento.

Guerra das doenças – como a AIDS, que gera a morte de muitos que queriam apenas prazer, de muitos que queriam apenas viver, de tantos contaminados sem saber. Guerra contra os mosquitos que subestimamos e que agora estão nos matando, já que o saneamento anda faltando.

Mas, o pior inimigo é fruto soberano de uma simbiose sangrenta, entre o homem e seus sentimentos totalmente desumanos de ódio, ignorância, ganância, egoísmo e intolerância, apenas citando alguns. Se quisermos preservar nossa existência, devemos deixar de lado a indiferença e se engajar na guerra contra todas as guerras, trocando a contumaz escolha de violência, por uma opção de paz.

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quarta-feira, 18 de março de 2009

LOST - HUMOR (Achados e bem perdidos).

LOST - HUMOR (Achados e bem perdidos).
(Autor: Antonio Brás Constante)

Para os fãs de LOST, foi criada uma comunidade no ORKUT que tem a pretensão de ser uma paródia deste seriado, chamada de “LOST – HUMOR”, e acontece em um prédio onde dezenas de pessoas caem de elevador em uma misteriosa sessão desativada de achados e perdidos. O maior mistério lá é saber como couberam tantas pessoas dentro de um único elevador. A propósito o endereço da comunidade é: www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=58462601

Segue abaixo alguns dos personagens mais conhecidos e devidamente caricaturizados (ou algo assim) para deleite de quem quiser também se perder nestas mal traçadas linhas com trejeitos de humor.

Hello Kate – a gatinha e mocinha do filme, que luta, atira, corre, nada, enfrenta mil perigos sem nunca parar de sorrir. Apesar de ser boa de briga, de ser boa de trilhas, e principalmente, de ser muito boa, ela sempre acaba sendo capturada, para ser salva pelos demais mocinhos (não tão mocinhos) do filme.

Sawyê-yê-yê (James Citroen Picasso, ou Ford, ou Fiat) – Mau-caráter, golpista, gigolô, trambiqueiro e ladrão, com cara de cafajeste, jeito de cafajeste, pinta de cafajeste e até carteirinha do clube dos cafajestes. Com todos estes atributos é considerado um dos mocinhos do filme. Além de exímio lutador e atirador, também é o reprodutor oficial do filme.

Jin Frudo – coreano que não abriu os olhos para o que sua mulher andava fazendo e acabou ganhando um chapéu de corno. Gosta de pescar lambaris enquanto sua mulher prefere os namorados. Umas de suas funções na trama é garantir o emprego do pessoal responsável pelas legendas do filme.

Sun Mio – esposa de Jin. É tão magrinha que quando fica de perfil literalmente some na tela. Tem facilidades com línguas (em todos os sentidos). Por ser filha de um mafioso, alguns acham que ela é uma baita pistoleira.

Jheg – médico, provavelmente veterinário, pois vive se envolvendo com vários tipos de animais, tais como: piranhas, vacas, galinhas, etc. Tem uma coleção de chapéus iguais aos do Jin. Ao contrário dos médicos de verdade, ele não cobra pelas consultas.

Sayd Kih – Trabalhou anos com suporte e comunicação em uma empresa de telemarketing, torturando os clientes que ligavam para lá, sendo o torturador oficial do filme e ganhando assim, uma vaga entre os mocinhos da história (dizem que torturou o roteirista, para conseguir seu papel na trama).

Hurleytão – também conhecido como bolota, rolha de poço, gordão, entre outros apelidos carinhosamente colocados por Sawyê-yê-yê. Seu personagem é realmente uma loucura, tanto que praticamente todos os seus flashbacks se passam em um manicômio.

Locke Hipi-hipi Hurra – Único representante da ala dos carecas no filme. Metido a caçador. Gostava de sair para ir caçar em bailes Funk e boates, onde perseguia lobas e panteras, mas quase sempre terminava a caçada tendo de encarar algum dragão. Foi enganado pela mãe, enganado pelo pai, e até enganado pelo autor do seriado que lhe prometeu uma peruca. Perito em localizar pistas desde os tempos da escola. Chegou a encontrar com facilidade uma pista de corrida e outra de dança ainda no primário.

Ana Policia – Ex-policial, com provável passagem pelo esquadrão da morte. Gosta de interrogar prisioneiros amputando seus dedos. Há quem acredite que pessoas famosas foram interrogadas por ela, como por exemplo: o presidente Lula (alguns indivíduos maldosos poderão dizer que no caso dele o que foi extraído teria sido um naco do cérebro). É exímia atiradora conseguindo acertar com precisão o piercing no umbigo da personagem Shannon (causando sua morte), sem nem precisar mirar.

Vincentavo – um dos membros mais misteriosos do seriado, que fica sempre repetindo a mesma coisa: “au au”. Também é o mais peludo dos participantes. Gosta de abanar o rabo e enterrar ossos (fato que passou a ser feito pelos demais sobreviventes que começaram também a enterrar os diversos mortos e vivos do filme). Por ser difícil imaginar um labrador em um elevador, a raça do cachorro foi trocada por um pincher. Basicamente a função deste cachorro é fugir, para que alguns personagens corram atrás dele e se metam em confusão por causa disto.

Juli-ET – Diferentemente das outras loiras do seriado, Juli é extremamente inteligente (possível alteração genética em seu DNA). Ela é uma mulher dócil, gentil, que gosta de musica romântica, de clubes de leitura e de cozinhar bolinhos, ao mesmo tempo em que bate, dá choques, mata e mente para os outros, que neste caso não são os outros, pois os outros são outros. Mas para não confundir eles (que não são os outros) com os outros que realmente são outros, vamos parar por aqui.

Dezmontes – Após algum tempo perdido no seriado ganhou poderes de prever o futuro, e está só esperando ser resgatado para comprar um bilhete premiado e com o dinheiro poder cortar o cabelo. Provavelmente é o único que conhece o final deste seriado, pois até o quinto episódio de LOST mesmo os roteiristas ainda parecem perdidos sobre a história.

Charli Eirah – Aspirante de uma carreira (deste que seja purinha). Viciado em cachaça do tipo “long neck”, com o casco em formato de santinha. Tentou entrar para o time dos casados se enforcando com uma loira, mas acabou quase enforcado numa árvore.

Boomané (sobrenome: Zaão) – Parece estar sempre disposto a levar a pior, ficando na pior, uma vida inteira com seus pensamentos na pior. É tão teimoso quanto o personagem Boone do filme oficial, que não conseguindo morrer em decorrência da queda de sua aeronave, procurou outro avião na floresta para enfim se matar.

Shannon (sobrenome: “Pior”) – irmã de faz-de-conta de Boomané. Tenta provar para todo mundo que não é uma patricinha fútil e oferecida. Conta para quem quiser ouvir que a frase que mais repetia para seu ex-namorado era: “Só casando!”. (Atenção: Zando, o ex-namorado de Shannon, não aparece neste filme).

Claire Ianaddah – Parece ter vindo para ilha a passeio. Basicamente aparece alternando entre os estados de bom humor discreto e mau humor concreto. Sua maior colaboração foi ter dado a luz em um momento sombrio.

Mr. But Eko – Padre que comprou o diploma de santidade. Traficante. Revendedor de estátuas de santa Genoveva, cheias de cachaça. Aproximava as almas de Deus, tirando-lhes desta vida diretamente para vida eterna.

Michael Juddaz – Assim como o apóstolo Judas da bíblia, Michael também traiu seus amigos, mas ao invés de ser por trinta moedas, no caso dele foi para salvar seu filho que na época pesava uns trinta quilos. Auxiliou os outros a capturar seus amigos e ajudou o pessoal dos recursos humanos a diminuir a folha de pagamento do filme, matando meia dúzia de atores durante seu ato de traição.

Benjamin – O Ben é mal (Ele ameaçou revelar os meus segredos se eu revelar os dele).

Monstro da fumaça – algumas teorias apontam que o monstro da fumaça é na realidade uma amostra de poluição extraída de uma das chaminés de São Paulo. Outros dizem que ele realmente esteve em São Paulo, mas não agüentou a poluição de lá e fugiu disfarçado como fumaça de cigarro, mas infelizmente acabou entrando em um prédio misterioso, indo parar na ala de não fumantes, sendo dragado pelo sistema de ventilação e ficando preso junto com os demais perdidos do lugar. O tal monstro da fumaça e da poluição é capaz das piores sujeiras.

CONTINUA... (ou não).

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sábado, 14 de março de 2009

A PARTIDA DO MEIO AMBIENTE.

A PARTIDA DO MEIO AMBIENTE.
(Autor: Antonio Brás Constante)

Desde o tempo em que os misteriosos mecanismos evolutivos permitiram a existência da raça humana neste mundo, sem perceber começamos a participar de uma partida pelo futuro da Terra, pelo nosso futuro, e pelo futuro daqueles que amamos.

Nesta disputa o nome “partida” define bem o que está acontecendo ao nosso redor, pois vários animais estão partindo rumo a derradeira extinção. Troncos de árvores vão sendo partidos em nome da ambição. O solo está se partindo sob nossos pés, vítima da implacável erosão, causada por nossos atos insensatos. Mas principalmente, estamos partindo para um caminho sem volta no que diz respeito à salvação do meio ambiente e, conseqüentemente, de nossas vidas.

Realmente parece que não estamos entendendo (ou querendo entender) o jeito correto de se participar desta competição, e isso é péssimo, pois para se competir, é desejável que os participantes demonstrem um mínimo de aptidão e competência (algo que parece estar nos faltando). Se alguém dúvida, basta olhar para o nosso comportamento, como por exemplo: mesmo sabendo dos recursos finitos em nosso planeta, estamos sempre jogando fora tudo o que aparentemente já não serve aos nossos caprichos superficiais, demonstrando muito pouco interesse em elaborar, aperfeiçoar ou mesmo praticar formas de reciclagem, que tentem aproveitar o que já tiramos da natureza através da reutilização de materiais.

Estamos competindo por nossa sobrevivência de forma individual, ignorando regras essenciais ao bem-estar geral, talvez por acharmos que não exista uma punição para estes tolos atos irresponsáveis. Quantos rios terão que morrer para criarmos consciência da importância de mudar nosso comportamento frente à utilização dos recursos naturais? Quantas florestas necessitarão ser devastadas para percebermos o quanto estamos errados? Quanto tempo ainda irá demorar até conseguirmos escutar os apelos de socorro da natureza?

Somos Bilhões de indivíduos vivendo em uma sociedade consumista, pensando de forma egoísta coisas do tipo: “eu posso deixar a luz acesa”, “eu posso deixar a torneira aberta”, “eu posso jogar lixo na rua”, etc. E assim o ser humano vai poluindo, esbanjando e destruindo os recursos que estão a sua disposição, por achar que não precisa fazer a sua parte para evitar o desperdício. E com isso contribui para agravar cada vez mais a derrocada de todos, empurrando-nos diretamente ao precipício.

Para piorar a situação, a cada dia aumentamos o número de jogadores em campo, sem perceber que quanto mais jogadores nascem pior o jogo fica para todos, pois os recursos são limitados frente a um consumo cada vez mais desenfreado.

Muitos chamam a natureza de mãe, mas agem com ela como verdadeiros filhos da mãe. Atuando como seres ingratos, que não sabem retribuir tudo que recebem de seu ventre de terra no qual pisamos, e por onde a vida corre em forma de água cristalina, bem como se renova de tantas maneiras milagrosas o ar que se respira, isso entre tantos outros presentes que destruímos tal qual crianças mimadas, que não sabem dar o devido valor ao que tem.

Gastamos tempo e dinheiro construindo piscinas para diversão, mas somos incapazes de construir reservatórios que captem a chuva, visando a preservação. Nos calamos frente à ganância mundial que impede a criação de fontes alternativas de combustível, obrigando-nos a continuar envenenando o meio ambiente para que eles possam continuar lucrando com seus gigantescos poços de petróleo inglório.

Enfim, neste campeonato com trejeitos de guerra, onde o inimigo utiliza alcunhas como “desmatamento” e “poluição”, devemos rever nossas ações e atitudes, deixando de agir como atacantes vendidos, que ficam ajudando o time adversário, passando a atuar na defesa e preservação da natureza, pois somente assim poderemos ganhar uma chance de futuro. Caso contrário, ao invés de desenvolvimento, seremos a primeira espécie a ser algoz de sua própria extinção.

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segunda-feira, 9 de março de 2009

MUITO MAIS DO QUE SER UM PICHADOR

MUITO MAIS DO QUE SER UM PICHADOR
(Autor: Antonio Brás Constante)

O ser humano tem um certo fascínio pela escrita, infelizmente muitas vezes este fascínio é encoberto por camadas de repulsa, por encarar o ato de escrever apenas como uma tarefa e não como uma arte. Já nos tempos da pré-história muitos se aventuravam em registrar seu cotidiano através de pinturas nas paredes das cavernas. Eles pereciam, mas seus desenhos se eternizavam. Desenhos que venciam o tempo chegando até os nossos dias, como quem envia um e-mail sem se preocupar em receber a resposta.

Mesmo antes de aprender a andar, a criança já gosta de rabiscar. Passa o lápis colorido em uma folha de papel (ou em uma mesa, ou no chão, etc) e algo mágico acontece, pois aparece uma marca do nada, seguida geralmente de um grito de repreensão de algum adulto.

Passamos a escrever através da arte, através da ciência. Escrevemos por necessidade. Para libertar pensamentos. Escrevemos no próprio corpo em forma de tatuagens. Escrevemos livros, ou na própria história. Escrevemos a vida e os sonhos.

Mas tem um tipo de expressão escrita que me causa decepção, a pichação. Esta forma de rebeldia atrai muitos adeptos. Entre o pichador e a vítima da pichação existem dois mundos paralelos. De um lado encontramos gente que sente a adrenalina correr pelo corpo ao saber que está transgredindo algo. Do outro lado encontramos a parede nua, indefesa, que sofre a violência contra si, sendo violentada por marcas de spray.

No mundo do pichador, o feito é anônimo para sociedade, mas enaltecido entre sua tribo. A coragem de escalar muros e marcar o alheio com seus sinais compreensivelmente incompreensíveis. Já no mundo do dono do estabelecimento, o que acontece é a frustração de ter seu patrimônio depredado, maculado.

Nosso corpo é uma fonte quase inesgotável de substâncias químicas, causadoras de euforia. Alguns alcançam o frenesi destas substâncias, por exemplo, através da prática de esportes radicais. Mas há quem busque esta sensação de liberdade através da pichação.

O que poucos sabem é que existem outras formas de se produzir tais substâncias, ou mesmo de se destacar perante a humanidade. A solidariedade é uma dessas formas. “Ops, mas que papo careta!”, alguns poderão pensar. Para quem acha isso, devo lembrar que é preciso muito mais coragem para ajudar do que para vandalizar. O vandalismo é um ato egoísta, vazio. Enquanto a ajuda é algo construtivista que transmite força na leveza de suas ações.

A juventude dispõe de uma energia gigantesca, que poderia mudar o mundo. Mas boa parte desta força viva é desperdiçada na geração de marcas sem futuro. Quando você marca uma parede com spray, qualquer tinta pode desfazer sua obra. Mas quando você marca uma pessoa com seus gestos, parte de você passa a viver dentro daquela pessoa. Algo que pichação nenhuma jamais conseguirá fazer. É como tatuar seu nome na alma dos seus semelhantes, deixando de ser um anônimo pichador esquecido, para se tornar um artista imortal, um pintor de sorrisos.

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quinta-feira, 5 de março de 2009

EM SETE PALMOS DE BARRO

EM SETE PALMOS DE BARRO
(Autor: Antonio Brás Constante)

A aliança no dedo
A promessa nos lábios
A rotina dos anos
A família num quadro;

A comida no prato
A toalha na mesa
A bebida no copo
Uma lágrima presa;

A criança descalça
O indivíduo no carro
A miséria nas ruas
Duas mãos para o alto;

A água na fonte
O sol sobre a Terra
O suor na fronte
O destino lhe espera;

O tiro da arma
Um grito perdido
Uma prece abafada
O peito atingido;

Sirenes na noite
No mato um gemido
Luzes sobre a relva
Um vulto estendido;

Um semblante sereno
Um terno engomado
Um corpo sem vida
Sete palmos de barro.


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