sábado, 30 de outubro de 2010

ATÉ O FIM PELAS CHAMAS (AUTOR: Antonio Brás Constante)

ATÉ O FIM PELAS CHAMAS

(AUTOR: Antonio Brás Constante)

 

Natanael era o poderia se chamar de pessoa obstinada. Quando resolvia que faria algo, nada nem ninguém conseguiam fazê-lo mudar de idéia. Ele tinha duas metas naquela tarde, uma delas era entrar no prédio mais alto da cidade, com seus vinte e oito andares.

 

Foi com grande surpresa que ao chegar próximo ao local onde se localizava o prédio, percebeu a grande movimentação de pessoas que corriam e gritavam. Soubera ali que o edifício estava em chamas. Qualquer outra pessoa teria mudado os planos, mas não Natanael, que seguiu em frente disposto a tudo para cumprir seus objetivos.

 

Em meio a todo aquele tumulto não foi difícil se aproximar do edifício, passar pelos guardas e começar a subir pelas escadarias. A fumaça era densa e sufocante. Gritos de desespero ecoavam de todos os lados. Um verdadeiro inferno em terra. Já nos primeiros andares orientou algumas pessoas sobre os locais de saída ajudando-as a descer até o primeiro andar.

 

Voltou a subir. Ao chegar ao oitavo andar ouviu um pedido de socorro. Duas crianças estavam presas no meio do fogo. Natanael pulou através das chamas, queimando-se um pouco, agarrou os dois pequenos no colo, cobriu-os com um pano molhado, improvisado de uma cortina, e voltou a atravessar o fogo.

 

O calor queimando-lhe a carne. A fumaça entorpecendo seus sentidos e ferindo seus pulmões. Conseguiu atravessar o corredor de labaredas e voltar às escadas, descendo com as crianças até o terceiro andar, e ao perceber a aproximação dos bombeiros largou-as ali e continuou a sua jornada para cima.

 

Estava chegando ao décimo nono andar quando escutou um barulho estranho vindo dali. Os andares de baixo já estavam tomados pelas chamas, que subiam em sua direção, cada vez mais rápido. Andou pelos corredores escuros, até identificar a origem do barulho. Era um apartamento com dois gatos que miavam apavorados. Junto a eles uma senhora encontrava-se desmaiada, caída próxima a cama.

 

Voltando ao corredor, viu uma mangueira de incêndio. Amarrou-a na velha senhora, junto com seus gatos presos em um lençol. Começou a descê-los lentamente, por uma das paredes sobre a qual o fogo ainda não estava aparecendo.

 

Os policiais e bombeiros esticaram uma escada e conseguiram resgatar a mulher e seus bichanos. Mas não viram mais o rapaz na janela. A escada não subia até o andar onde ele se encontrava. Mas afinal quem era aquele homem?

 

Natanael continuou subindo, passando pelos andares que faltavam. Pensando no que fizera. Ninguém deveria morrer ali. “Não era o destino deles”, ele pensava. Aquelas pessoas não queriam morrer e por isto ele as salvou.

 

Por fim conseguiu chegar ao alto do prédio. A fumaça subia aos céus em colunas gigantescas e disformes. As chamas logo abaixo dele começavam a comprometer a estrutura do edifício. Ele se aproximou do parapeito e ficou ali por alguns momentos, olhando o céu azul manchado de fuligem. Os sons de sirenes e pessoas muito abaixo, parecendo apenas sussurros.

 

Seu corpo estava leve. Conseguira cumprir a primeira etapa de seus propósitos. Sentia-se como se estivesse no topo do mundo. A cidade inteira aos seus pés.  Abriu os braços como um pássaro e saltou para morte. Um anjo com a missão de executar seu próprio fim. No bolso da calça as suas justificativas para o ato. E no coração das pessoas por ele socorridas, o eterno agradecimento para com aquele estranho suicida, que deu sua vida para salvá-las.

 

NOVA NOTA DO AUTOR: Produzi um filme no Youtube (escrito, dirigido e encenado por este eterno aprendiz de escritor), se quiser assistir ao filme e quem sabe dar boas risadas, basta acessar o Youtube e procurar por: “3D – Hoje é seu aniversário” (o filme foi feito em padrão 3D). Quem quiser também pode me pedir uma cópia em PDF do meu livro: “Hoje é seu aniversário – PREPARE-SE”, disponível pela editora AGE (www.editoraage.com.br), ou para fazer parte de minha lista de leitores, que recebem semanalmente meus textos, para isso basta enviar um e-mail para: abrasc@terra.com.br.

 

Site: recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc

 

ULTIMA DICA: Divulgue este texto aos seus amigos (vale tudo, o blog da titia, o Orkut do cunhado, o MSN do vizinho, o importante é espalhar cada texto como sementes ao vento). Mas, caso não goste, tenha o prazer de divulgá-lo aos seus inimigos (entenda-se como inimigo, todo e qualquer desafeto ou chato que por ventura faça parte de um pedaço de sua vida ou tente fazer sua vida em pedaços).

 

 

 

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

TIME EM QUE A TORCIDA ESTÁ GANHANDO NÃO SE MEXE (Autor: Antonio Brás Constante)

TIME EM QUE A TORCIDA ESTÁ GANHANDO NÃO SE MEXE

(Autor: Antonio Brás Constante)

 

Mais difícil que escrever redações para o vestibular, mais difícil que escrever cartas de amor para mulheres de muitas fases, mais difícil que elaborar uma tese de mestrado, é escrever de forma neutra sobre assuntos polêmicos (exatamente por isso este texto NÃO é neutro). Isso vale principalmente quando o assunto em questão envolve o nosso mundo, o nosso futuro e a nossa vida (incluindo neste contexto de vida, os nossos filhos, familiares, cachorros, hortas, enxames de mosquitos, e até coisas piores como alguns tipos de cunhados).

 

Mas para quebrar o gelo (e talvez quebrar a cara) nada melhor do que começar com uma singela adivinhação (quem sabe não sopra, ok?): quem é a figurinha em quem estou pensando neste momento, e que está sempre de vermelho, é gordinha, baixinha, dentuça e tem um amigo que fala errado? Quem falou que era a personagem Mônica criada pelo Mauricio de Souza errou, pois meu texto e meus pensamentos estão sobre uma mulher chamada Dilma.

 

Já estou prevendo e imaginando uma boa leva de pessoas torcendo o nariz para este texto e dizendo para si mesmas: “ah não, POLÍTICA!”. Tanta coisa mais interessante para se falar em um texto, como por exemplo, a saída dos mineiros do buraco onde estavam (um feito parecido com aquele conseguido por alguns times de futebol no brasileirão). Ou falar sobre as virtudes das borboletas do Afeganistão, que voam tão belas diante das nuvens que se formam das muitas explosões em volta delas (supondo que existam borboletas no Afeganistão).

 

Na guerra política cada voto é uma bomba. Cada erro é somado e o resultado final pode abalar todo um trabalho conquistado. Quando vejo o sorriso forçado de ambos os candidatos fico bestificado com a ingenuidade de um povo que ainda necessita de falsos sorrisos para saber em quem votar. A poucos dias da decisão sobre quem governara este nosso continental País, o que os dois candidatos mais têm é motivos de sobra para ficarem irritados, preocupados, estressados, mas mesmo assim tem que sorrir para conseguir votos.

 

Passo por tanta gente indignada porque vai ter que ser obrigada a votar. Se essas pessoas soubessem a sorte que tem. Se elas conhecessem os tantos lugares neste orbe já não tão azul onde votar é um luxo que não pode nem ser pensado, sobre pena do individuo pensante sofrer duras penas. Essas mesmas pessoas que estão chateadas por terem que perder parte de seu glorioso feriado, que demonstram pouco interesse se o candidato A ou B vai vencer, não imaginam o poder que seu voto tem neste exato momento da história de nossa nação.

 

Suas curtas memórias não conseguem dimensionar o que foi feito nos últimos oito anos e tudo que aconteceu durante os tantos anos que antecederam estes. São seres que estão mais preocupados com o assassino misterioso da sua novela comercial, que estão nervosos com o desempenho do seu time, mas que parecem se lixar para os rumos do país onde vivem e do qual dependem.

 

Nas histórias do Mauricio de Souza eu sou 100% simpatizante da Mônica, e tenho ciência de que meu futuro, assim como o da grande maioria deste nosso gigantesco povo tupiniquim estaria melhor regido pelas mãos desta mulher candidata, baixinha, dentuça e com carinha de invocada, chamada: Dilma Rousseff. Pois, durante os anos em que fomos governados pelo Cascão e sua trupe demagógica e seletista, voltada principalmente aos interesses de uma pequena e auto-intitulada como “nobre casta social”, deixaram seqüelas ainda não curadas na carne pulsante de nossa terra. Foram tantas as sujeiras escondidas no tapete verde-amarelo, e arquivadas de forma despudorada diante da bitolada miopia de nossa visão populacional, que meu pior pesadelo nos próximos dias é de que este tempo torpe volte a reinar novamente (me desculpem a necessária redundância) neste nosso BRASIL.

NOVA NOTA DO AUTOR: Produzi um filme no Youtube (escrito, dirigido e encenado por este eterno aprendiz de escritor), se quiser assistir ao filme e quem sabe dar boas risadas, basta acessar o Youtube e procurar por: “3D – Hoje é seu aniversário” (o filme foi feito em padrão 3D). Quem quiser também pode me pedir uma cópia em PDF do meu livro: “Hoje é seu aniversário – PREPARE-SE”, disponível pela editora AGE (www.editoraage.com.br), ou para fazer parte de minha lista de leitores, que recebem semanalmente meus textos, para isso basta enviar um e-mail para: abrasc@terra.com.br.

 

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sábado, 16 de outubro de 2010

Controlando o IMC para não ir parar no IML.(Autor: Antonio Brás Constante)

Controlando o IMC para não ir parar no IML.

(Autor: Antonio Brás Constante)

 

As siglas IMC (Índice de Massa Corporal) e IML (Instituto Médico Legal) são até bem parecidas, apesar de se referirem a coisas bem diferentes. Infelizmente se não dermos atenção a primeira, poderemos estar acelerando nossa derrocada rumo a segunda.

 

O IMC é determinado pegando-se a massa do indivíduo (não estou falando da massa que muitos andam consumindo com queijo ralado e molho, quando o correto deveria ser trocá-la por um parco pratinho de saladas), e dividindo-a pelo quadrado de sua altura (que pode destoar do círculo em que se encontra sua atual circunferência), onde a massa está em quilogramas (e deve ficar a quilômetros de distância de sua boca) e a altura está em metros. É através de cálculos como esse, que aprendi que não sou gordinho, e sim um pouco baixo para o peso que tenho (já escrevi isso em outros textos, mas gosto de repetir esta ideia, como quem recita um mantra enquanto bebe um copo de Fanta).

 

Vivemos em um mundo cheio de obrigações, deveres e prazos, e para aliviar um pouco deste stress vamos nos permitindo pequenos pecados à mesa. Estes pecados tendem a se acumular em nossas células de gordura até que sentimos o nosso corpo tão pesado quanto à consciência daqueles que se arrependem de ter pecado.

 

A diferença é que ao invés de irmos a um padre em busca de apoio e orientação, vamos até um médico, que examina nossos atos e, diante de nossa vida desregrada, passa severas penitências, denominadas: DIETAS. Tudo isso para voltarmos ao salutar e sofrível caminho das pessoas saudáveis (se bem que não existem necessariamente pessoas saudáveis, apenas pessoas que não foram examinadas o suficiente para que se encontrassem suas doenças).

 

Entre as penitências a serem rigorosamente seguidas, está o controle na hora das comemorações (casamentos, aniversários, formaturas, etc.), pois temos certa disposição natural a utilizar estas datas como desculpa para nos esbaldarmos nos sabores de vários quitutes que depois só nos trazem dissabores. E assim como os canibais fazem em suas confraternizações tribais, nós também gritamos entusiasmados: “Vamos comer, gente!” (só que no caso dos canibais a referida expressão é dita sem a virgula).

 

O hábito alimentar também é algo que nos atormenta. Por exemplo, desde que o ser humano descobriu os prazeres de comer coisas mortas, transformou-se em um urubu social, com um apetite carnívoro, tão voraz como o de qualquer piranha. A ideia de se comer folhinhas verdes foi relegada a outros mamíferos, como as nossas queridas vaquinhas malhadas. Podemos dizer mesmo que somos como as piranhas, e como todos sabem não existem muitas noticias de piranhas vegetarianas por aí, ao contrário, as piranhas adoram carne, tanto que não seria raro de se ouvir (caso fosse possível) algum papo entre piranhas, onde uma cutucaria a outra e, apontando para uma vaca sem uma das orelhas e sem o rabo, diria: “Ta vendo aquela mimosa ali? Pois é, tô comendo...”.

 

Realmente é muito difícil reverter esta atração pela carne, já que uma das poucas vezes em que o homem repugna este hábito é quando ele morde a própria língua, e como já diria aquela velha frase por mim agora parafraseada: “mordida na língua dos outros é refresco”.

 

Mas voltando as obrigações do dia-a-dia, vamos utilizar como exemplo uma academia de ginástica, onde empregamos esforço, suor e dedicação e isto lembra as atividades exercidas em locais de serviço, algo que queremos distância nas poucas horas de folga que dispomos. Por outro lado, comer guloseimas dá prazer, algo desejável antes, durante e após um estafante dia de trabalho. Tudo isso pode inclusive afetar a pressão arterial. A minha pressão (para se ter uma ideia) é de doze por oito, e seria ótima se não fosse uma pressão do tipo IBOPE (com uma taxa de erro gerando uma diferença de vinte e cinco pontos percentuais, para mais ou para menos).

 

Enfim, apesar de todas estas ponderações, é importante saber que controlando nosso IMC poderemos viver melhor e postergar para mais tarde a nossa derradeira ida ao IML, e um bom jeito de fazer isso é através de exercícios. Foi por isso que comecei a fazer academia, mas ao contrário de muitos que saem de lá se queixando de dores por todo corpo, comigo isso não aconteceu, ainda ontem fiz minha primeira aula, executando as atividades físicas ao máximo, chegando em casa e me atirando no sofá, sem sentir absolutamente nada, já que não sentia mais os bracinhos, não sentia mais as perninhas, nem o pescoçinho... Putz! Acho que exagerei...

 

NOVA NOTA DO AUTOR: Produzi um filme no Youtube (escrito, dirigido e encenado por este eterno aprendiz de escritor), se quiser assistir ao filme e quem sabe dar boas risadas, basta acessar o Youtube e procurar por: “3D – Hoje é seu aniversário” (o filme foi feito em padrão 3D). Quem quiser também pode me pedir uma cópia em PDF do meu livro: “Hoje é seu aniversário – PREPARE-SE”, disponível pela editora AGE (www.editoraage.com.br), ou para fazer parte de minha lista de leitores, que recebem semanalmente meus textos, para isso basta enviar um e-mail para: abrasc@terra.com.br.

 

Site: recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc

 

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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O SUPER HIPER GAME - (AUTOR: Antonio Brás Constante)

O SUPER HIPER GAME

(AUTOR: Antonio Brás Constante)

 

Nas últimas décadas, jovens de todo mundo se aficionaram nos famosos jogos virtuais: “games”. É mais que uma febre é um novo jeito de viver (já que se gasta muito tempo e dinheiro nestas brincadeiras). O Game é considerado por uns como uma doença e por outros como um simples brinquedo. E como estamos próximos ao dia das crianças, nada melhor do que falar sobre este assunto.

 

São crianças e adolescentes (dos três aos noventa anos, ou mais), que passam horas e horas na frente de uma TV ou computador, enfrentando uma infinidade de monstros, guerras e disputas de todos os tipos.

 

Para conseguirem ir bem nestas batalhas, eles precisam memorizar seqüências de toques nos joysticks e teclados, ou seja, precisam saber das “manhas” para ganhar às disputas.

 

Agora imagine um jogo que ultrapasse todos os conceitos de modernidade dos atuais. Algo que vai muito além da realidade virtual. As aventuras que aconteceriam diretamente na mente do usuário, sem a necessidade de se clicar em diversos botões, ou mesmo ter que depender de um videogame, computador, ou energia elétrica.

 

Para jogar, a energia necessária viria do próprio corpo da pessoa. Tudo acontecendo em tempo real dentro de sua cabeça. Não existiriam restrições para o que se poderia fazer.

 

Você não estaria limitado apenas às imagens lançadas em tela, nem ficaria somente assistindo ao seu herói vencendo as lutas, ao contrário, o jogador passaria a ser o próprio lutador, vivendo na pele, às glórias e frustrações do jogo.

 

Também não teria que ficar decorando mil e um macetes. Seria tudo tão simples quanto ler este texto, mas ao mesmo tempo possuiria uma complexidade e realismo, que deixaria qualquer um totalmente viciado em conhecer cada vez mais novos jogos.

 

Seria fantástico não é? Já posso ver o brilho nos olhos de milhões de maníacos por games, desejando ter este fantástico equipamento para poderem se transportar imediatamente ao mundo onde acontecessem as tais aventuras. Tudo tão real, tão fantasticamente vivo. Mas será possível algum dia alguém conseguir criar algo assim?

 

Tenho uma excelente notícia para todos os que estão lendo este texto e gostariam de experimentar o que foi descrito acima. O supergame do qual falei até o momento já existe. Não é delírio, ou apenas ficção, é concreto. Está a venda em vários lugares e é conhecido aqui no Brasil como: “LIVRO”.

 

NOVA NOTA DO AUTOR: Produzi um filme no Youtube (escrito, dirigido e encenado por este eterno aprendiz de escritor), se quiser assistir ao filme e quem sabe dar boas risadas, basta acessar o Youtube e procurar por: “3D – Hoje é seu aniversário” (o filme foi feito em padrão 3D). Quem quiser também pode me pedir uma cópia em PDF do meu livro: “Hoje é seu aniversário – PREPARE-SE”, disponível pela editora AGE (www.editoraage.com.br), ou para fazer parte de minha lista de leitores, que recebem semanalmente meus textos, para isso basta enviar um e-mail para: abrasc@terra.com.br.

 

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sábado, 2 de outubro de 2010

SUPER-HERÓI - DINDHY, A MENINA QUE PERDIA OS CHINELOS (Autor: Antonio Brás Constante)

SUPER-HERÓI – DINDHY, A MENINA QUE PERDIA OS CHINELOS

(Autor: Antonio Brás Constante)

 

Dindhy era, aparentemente, uma menina normal que vivia em um mundo louco, tão louco quanto o nosso, mas com um detalhe: lá existiam super-heróis. Seu pai tinha superpoderes, sua mãe também, e suas tias, primos e vizinhos. Até seu cachorro e o papagaio tinham superpoderes, e o fato mais importante é que eram poderes legais, bem legais, tais como: capacidade de voar, ficar invisível, atravessar paredes, etc. Dindhy também tinha um poder, mas seu poder não lhe trazia muitas alegrias, nem impressionava a garotada, pois Dindhy era conhecida em seu mundo como: A MENINA QUE PERDIA OS CHINELOS. Algo realmente cômico para alguns, mas desanimador para a pobre garota.

 

Talvez você ache graça de um poder assim, mas esta capacidade peculiar de desaparecer com os próprios chinelos já salvara a vida dela e de seus amigos em várias situações, como na vez em que o Doutor Louco (sim, também existiam super vilões no mundo de Dindhy, do contrário seu universo não teria muito sentido, e seria ainda mais parecido com o nosso) tentou acabar com a cidade da menina, e teria conseguido, mas quando tudo parecia perdido o Capitão Relâmpago (pai de Dindhy) milagrosamente encontrou um chinelo perdido, próximo de onde estava preso, conseguindo arremessá-lo na alavanca responsável pela tranca das celas de contenção, soltando os outros super-heróis ali aprisionados e detendo o Doutor Louco, que teve seus planos arrasados por um simples chinelo. E de quem era aquele chinelo perdido? Da Dindhy, é claro.

 

No princípio a mãe de Dindhy achava que era desleixo da garota perder seus chinelos a toda hora, e o que era pior, eles acabavam reaparecendo nos lugares mais inconvenientes, como na vez em que surgiram dentro da tigela de ponche, em um evento de comemoração do aniversário da rainha Glória, um verdadeiro vexame. Mas quando seus pais descobriram que aquilo não era simples travessura de criança e sim um poder latente, a menina passou a ser treinada na esperança de que seus poderes somente se manifestassem em situações em que pudessem ser úteis, sem estragar a festa de ninguém.

 

Dindhy tinha um amigo chamado Cyelo (que se referia a Dindhy como sendo sua princesa), que também possuía um estranho poder. Ele controlava a fumaça dos cigarros, charutos e similares. Cyelo tinha uma aparência cansada e envelhecida, apesar de ter apenas vinte e dois anos de idade (sete a mais do que Dindhy), a explicação para isso era bem simples, pois para gerar a fumaça necessária para manipulação de seus poderes ele precisava muitas vezes fumar vários cigarros de uma vez, e como todos sabem fumar causa envelhecimento precoce.

 

Os poderes de Cyelo surgiram ainda no início de sua adolescência, quando conseguiu controlar a fumaça do charuto de seu Avô, escrevendo no ar um palavrão que vivia sendo dito em sua casa por seus pais e seu avô (pessoas normais e sem poderes). Mas apesar de praguejarem aquela expressão a toda hora, a família de Cyelo ficou horrorizada com ele, pois achavam indecente ver tal palavra flutuando no ar, ainda mais sendo escrita por um rapazinho cheio de espinhas, e que diferentemente deles, demonstrava ter aptidões especiais.

 

Pelas convenções descritas no manual supremo dos super-heróis (um livro sagrado que contava a história de Arhtim o iluminado e os doze guerreiros da luz, e de seu pai o grande SUED), Cyelo, tendo sangue heróico, somente poderia fumar para gerar a fumaça necessária ao uso de seus poderes a partir dos dezoito anos, pois não era permitido que menores de idade, “tocados pelo tom do poder”, fumassem. No máximo ele poderia atuar de forma passiva, ou seja, utilizando a fumaça do cigarro de outros fumantes para combater o crime. Por outro lado os heróis (inclusive menores de idade) poderiam mutilar e espancar supostos marginais a qualquer momento, ou mesmo destruir livremente o patrimônio alheio, desde isso ocorresse de forma heróica, mas teriam que obedecer a um rígido código de conduta, onde, por exemplo, não poderiam praguejar em público, tirar vidas (exceto em casos extremos e comprovadamente heróicos), ou expor menores de dezoito anos (dotados de superpoderes) a vícios que de alguma forma maculassem a classe de heróis, pois ostentar uma imagem ilibada junto à sociedade era dever sagrado dos super-heróis.

 

Uma vez Cyelo enfrentou problemas ao tentar impedir um crime em um restaurante onde era proibido fumar. Cyelo, já com dezoito anos, bem que tentou agir, chegando ao local com seis cigarros acessos na boca, mas antes que pudesse atacar o bandido, foi forçado a se retirar do recinto por um dos garçons, que disse preferir correr o risco de levar um tiro a ser vítima de um enfisema pulmonar.

 

Cyelo de vez em quando tentava animar Dindhy (muitos achavam que ele gostava de uma forma especial daquela garota), dizendo que seus poderes também não eram lá grande coisa, já que as mulheres se afastavam dele por causa de seu hálito de cinzeiro. Mas se havia uma coisa que sempre o motivava a continuar com aquela carreira de herói-fumante eram as gravações dos comerciais antigos que ele assistia dos cigarros MalToro e Emhollywood, com músicas empolgantes e cenas incríveis, que despertavam em qualquer um a vontade de viver e de fumar.

 

O futuro, porém, não seria generoso com Cyelo, que descobriria anos mais tarde que poderia manipular a fuligem dos canos de descarga dos automóveis para utilizar como arma, não precisando mais fumar para municiar de fumaça os seus poderes, mas seria tarde demais, pois nesta época ele já teria desenvolvido um tipo de câncer pulmonar.

 

Dindhy também acabou enfrentando problemas em seu futuro, mesmo depois de saber que através de seus poderes poderia perder qualquer coisa. Ela foi até lançada como garota propaganda de um novo produto no mercado para perda de peso. Porém, a ampliação dos próprios poderes não lhe ajudaria muito quando em uma bela noite de outono, descobriria ter perdido sua aliança de casamento (a capacidade dela em perder coisas não serviu como desculpa). A aliança acabou sendo encontrada por seu esposo Kayo das pontes Altas, na cama de seu melhor amigo, quando Kayo foi lhe fazer uma visita de cortesia para jogar uma ou duas partidas de buraco entre amigos. Isso aconteceu no dia seguinte à perda do precioso anel. Após este episódio, Dindhy perdeu o marido, a guarda dos filhos, a casa e o carro (seriam seus próprios poderes agindo contra ela?).

 

O derradeiro golpe de misericórdia viria quando ela soubesse que os seus anos de combate ao crime ao lado do amigo Cyelo (que muitos consideravam seu amante), teriam colaborado para que contraísse uma terrível doença, já que de tanto aspirar à fumaça dos cigarros de seu colega, Dindhy tornara-se uma fumante passiva, com mazelas irreparáveis a sua saúde. Uma parceria que se mostrou tóxica, mas bela enquanto durou.

 

Assim termina a história da menina que perdia os chinelos, e se por algum motivo você achou que a leitura de todo este texto foi uma tremenda perda de tempo, isto pode significar que, de algum modo, os poderes dela também afetaram você...

 

(Dedico este texto aos meus filhos que vivem perdendo as coisas, inclusive os chinelos, e a todas as pessoas que de alguma forma são especiais e em muitos casos acabam perdendo coisas importantes na vida, sem muitas vezes se dar conta disso...)

 

NOVA NOTA DO AUTOR: Produzi um filme no Youtube (escrito, dirigido e encenado por este eterno aprendiz de escritor), se quiser assistir ao filme e quem sabe dar boas risadas, basta acessar o Youtube e procurar por: “3D – Hoje é seu aniversário” (o filme foi feito em padrão 3D). Quem quiser também pode me pedir uma cópia em PDF do meu livro: “Hoje é seu aniversário – PREPARE-SE”, disponível pela editora AGE (www.editoraage.com.br), ou para fazer parte de minha lista de leitores, que recebem semanalmente meus textos, para isso basta enviar um e-mail para: abrasc@terra.com.br.

 

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