domingo, 13 de janeiro de 2008

CUNHATHLON

CUNHATHLON
(Autor: Antonio Brás Constante)

Se você recebeu um telefonema de seu cunhado convidando-o para uma visitinha na casa dele no próximo final de semana, desconfie. Ele pode estar querendo que você participe de um evento de “cunhathlon”.

Cunhathlon é uma modalidade cujo nome acabei de inventar, mas que existe desde que os homens resolveram se casar. Este tipo de prova pede como único requisito que se tenha um cunhado (mas também pode ser praticada entre vizinhos e amigos).

Os participantes são atraídos para casa do organizador do evento, com promessas de um bom papo e muita cerveja, mas chegando lá de se deparam com um pedido de ajuda do organizador, para auxilia-lo em tarefas das mais variadas. Estas tarefas se transformam em testes de aptidão física, tais como: Força e resistência para puxar com carrinhos de mão, caminhões de terra para dentro do pátio. Equilíbrio em telhados visando o conserto de telhas ou a colocação de antenas ou ainda a instalação de caixas d’água. Movimentos sincronizados de pintura em paredes, etc.

As partidas de Cunhathlon costumam acontecer em dias de um sol maravilhoso. Já na chegada ao local combinado os participantes se deparam com muita água e areia, ingredientes típicos de uma boa praia, se não fosse necessário misturar brita e cimento aos tais ingredientes. Algo que seria bem mais fácil com uma betoneira, porém, geralmente os cunhados nos acham capazes de executar o serviço, munidos apenas de pás e enxadas.

Este tipo de atividade física é um pouco similar em esforço ao “triathlon” (competição onde os atletas têm de correr, nadar e andar de bicicleta), pois em ambos os casos a pessoa precisa de muita força de vontade para conseguir cumprir a tarefa apresentada.

Os “jogos” são geralmente feitos em família, nas casas dos próprios competidores. É um esporte tipicamente comunitário. Pois não visa prêmios e sim promover o auxilio mútuo entre parentes e amigos.

A quantidade de participantes é variável, dependendo do número de familiares e conhecidos que o dono da obra tenha conseguido reunir para empreitada. Entre eles podemos encontrar os mais diversos tipos, como por exemplo: o doente, que ao se deparar com o serviço começa a passar mal, apresentando todos os tipos de dores possíveis que a sua imaginação criativa consiga inventar. Sua expressão preferida é “estou todo ralado”, podendo ganhar com isso o apelido de guisado.

Existe também o competidor resmungão que acha defeito em tudo que se faz. Nada está bom aos olhos dele. O melhor a se fazer nestes casos, é ir preparar uma caipirinha ou procurar alguma cerveja perdida na geladeira, deixando que ele se canse de trabalhar sozinho e pare de resmungar.

Outro tipo menos comum é o organizador pão-duro. Aquele que não oferece nem um mísero como de água da torneira para seus conhecidos. Nestes casos para aliviar a sede, tem-se que beber o suor do próprio rosto. Felizmente este tipo de gente não costuma gastar com obras.

Enfim, o cunhathlon não deve ser visto apenas como uma prática de habilidades físicas, ele é um gesto de fraternidade. Momento de reunir os amigos, deixar a preguiça de lado e mostrar que uma das coisas que nos classifica como seres humanos é a capacidade de trabalharmos juntos para o bem de todos.

E-mail: abrasc@terra.com.br

(Site: www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc) ou http://abrasc.blogspot.com/

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