sexta-feira, 8 de maio de 2009

PARCAS PALAVRAS SOBRE PORCOS

PARCAS PALAVRAS SOBRE PORCOS
(Autor: Antonio Brás Constante)

A vida tem dessas coisas. Li uma reportagem da revista Superinteressante (ou seria Galilleu?) há algum tempo atrás e me deparei com o seguinte tema: “Porcos”. Gostei da matéria e resolvi traçar algumas linhas sobre o assunto (ATENÇÃO: Este texto foi escrito antes de estourar essa tal de gripe suína, mesmo assim o tema está bem atual para o contexto do momento).

O que me chamou a atenção primeiramente foi que a reportagem desmistificou a idéia de que porcos são animais sujos e burros (ao contrário dos seres humanos). Diferentemente do que a maioria pensa, eles são tão inteligentes quanto os golfinhos e mais espertos que os cães, aliás, ambos (porcos e cachorros), foram domesticados na mesma época, sendo descobertas evidências de que os cachorros eram utilizados primeiramente como alimento.

Parece que em algum momento da história, algum esfomeado descobriu que os porcos eram mais saborosos que os cachorros e a partir daí começaram a levá-los para dentro das panelas.

Pensando em tudo isto, comecei a refletir sobre as injustiças que esses animais sofrem, com seus nomes arrastados na lama, lembrando que muitos porcos realmente vivem na lama, mas vivem por um bom motivo, como não tem glândulas de suor, eles não suportam temperaturas quentes, o que leva os pobres animais a se esbaldarem em “piscinas” lamacentas e fresquinhas, já que não podem usar o chuveiro do dono da residência. Outra curiosidade é que os pêlos dos porcos foram utilizados como cerdas nas primeiras escovas de dente da humanidade.

Quantas já não foram às vezes em que atribuíram a alguém a alcunha de “porco” (de modo pejorativo). Se levassem em conta que os suínos (tal qual boa parte dos seres humanos), estabelecem “latrinas” para não emporcalhar seu habitat e que mesmo seus odores têm uma razão de ser, pois é através dele que estes animais conseguem exercer certos tipos de comunicação e entendimento entre eles, poderíamos dizer que chamar alguém de porco passaria a ser quase um elogio, ou mesmo se alguém dissesse que você fez um serviço porco, considere que ele achou o serviço bem feito.

Entre as tantas particularidades do texto, uma que me chamou atenção foi referente ao filme “baby o porquinho”, onde dizia que foram necessários 48 leitões para produzir o filme. Fico imaginando ao final das filmagens, todos comemorando, com os atores principais sobre a mesa, assados e com uma maça na boca, recheados e prontos para servir.

Falando em comida, uma coisa fascinante na culinária diz respeito aos suínos. Pois, para se fazer salsichão ou lingüiça, o homem aprendeu a retirar as tripas de dentro dos porcos, para depois colocar os porcos dentro de suas próprias tripas, uma façanha verdadeiramente admirável e, sobre certos aspectos, repugnante.

Quem sabe no futuro não olhemos para os porcos com outros olhos, reconhecendo-os como animais melhores e mais sofisticados, levando-os assim com mais consideração para dentro de nossos lares, de nossas vidas e... De nossos estômagos.

E-mail: abrasc@terra.com.br

Site: recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc

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