ENTRE A EVOLUÇÃO DE ANTES E A EXTINÇÃO DE AGORA
(Autor: Antonio Brás Constante)
O nosso mundo já foi um lugar bem diferente (não daria pra dizer que era um lugar melhor, mas ao menos era bem menos poluído). Uma época governada pelos grandes répteis, bestas ferozes com um cérebro talhado para assistir BBB, e com uma boca que faria a fortuna ou desgraça de qualquer dentista.
A história conta que estes lagartos supercrescidos viveram até a queda de um corpo celeste, que não era a Estrela de Belém, e também não lhes trouxe boas novas, mas que decididamente mudou o curso do destino até então desenhado em nosso planeta, já que o tal astro destruiu completamente os répteis, juntamente com seus primos, vizinhos, tios, sobrinhos, entre outras colossais criativas. Foi um assassinato a sangue frio dos animais de sangue frio, de sangue quente, sem sangue, etc.
Depois da hecatombe pré-histórica vieram os mamíferos, tão cheios de idéias para dominar tudo e também sempre dispostos a terminar com o mundo em que vivemos, sabendo que infelizmente eu e você também fazemos parte deste grupinho de seis bilhões de seres. A humanidade é munida de uma grande inteligência, e através dela vai a cada dia fazendo mais e mais burradas homéricas. Acreditam que são evoluídos e isto lhes serve de desculpa para fazer todo tipo de atrocidades.
O indivíduo busca estabelecer crenças que justifiquem sua existência, provando assim o quanto é importante. Mas age geralmente como se estivesse se lixando para existência de seus semelhantes, não lhes dando qualquer auxilio ou importância. Dizemos que vivemos em sociedade, mas mal conseguimos conviver em harmonia. Cultivam-se drogas para consumo com a mesma facilidade que se cultivam sentimentos de inveja, ódio, e egoísmo em corações descompassados.
Apesar da grande quantidade de gente que perambula por aí indo para todos os lugares habitados e inabilitáveis, estamos traçando um caminho parecido com o dos dinossauros. Cheio de enfrentamentos, de medo, de desconfianças, procurando firmar para si territórios alheios, caçando, matando e morrendo, rumo a uma extinção derradeira. Não precisamos de meteoros que nos destruam, já temos bombas mais do que suficientes, bem como armas e preconceitos de sobra para este fim.
Estamos envenenando a água que bebemos, inutilizando a terra em que plantamos, poluindo o ar que respiramos, espalhando lixo como quem joga sujeira embaixo do próprio tapete. Iludindo-se na esperança de que ninguém vai notar, ou que aquilo não vai causar qualquer dano. Mas, diferente dos grandes predadores de outrora, dispomos de algo que eles não tiveram. Pois nós temos escolha sobre nossas ações. Está em nossas mãos poupar ou gastar, sujar ou limpar, construir ou destruir, odiar ou amar, salvar ou matar, fazer o que é certo ou não se importar.
Enfim, para que continuemos fazendo parte do ciclo da vida, não podemos esquecer que para a humanidade evoluir foram necessários milhares de anos, mas para se destruir, bastariam apenas alguns poucos enganos.
E-mail: abrasc@terra.com.br
Site: www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc
NOTA DO AUTOR: Divulgue este texto para seus amigos. (Caso não tenha gostado do texto, divulgue-o então para seus inimigos).
NOVA NOTA DO AUTOR (agora com muito mais conteúdo na nota): Caso queira receber os textos do escritor Antonio Brás Constante via e-mail, basta enviar uma mensagem para: abrasc@terra.com.br pedindo para incluí-lo na lista do autor. Caso você já os receba e não queira mais recebe-los, basta enviar uma mensagem pedindo sua retirada da lista. E por último, caso você receba os textos e queira continuar recebendo, só posso lhe dizer: "Também amo você! Valeu pela preferência".
ULTIMA NOVA NOTA DO AUTOR: Agora disponho também de ORKUT, basta procurar por "Antonio Brás Constante".
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
CONTOS DA DELEGACIA BRASIL
CONTOS DA DELEGACIA BRASIL
(Autor: Antonio Brás Constante)
- Alô? Aqui é da Delegacia Brasil, policial Farrapos falando.
- Socorro! Ladrões estão tentando arrombar a minha casa.
- Nossa que horror. Acabei de atender outro cidadão que tinha o mesmo problema da senhora. Que mundo violento...
- Olha, preciso de uma viatura aqui e agora!
- Infelizmente não posso lhe ajudar. É que a única viatura que temos está estragada. E mesmo que funcionasse, faz tempo que o tanque dela está vazio. Mas o pior é que como não temos garagem aqui, a viatura tem que ficar na rua. A senhora acredita que outro dia roubaram as rodas dela? Hoje em dia não respeitam nem a policia...
- O senhor tem que me ajudar! Mande os policiais de táxi então. Eu pago.
- Mandaria, se houvesse outros policiais, mas com os cortes públicos na área de segurança, eu sou o único policial de plantão aqui hoje aqui. E se abandonar meu posto, quem vai atender as ocorrências?
- Mas, o que eu faço então?
- A senhora já tentou acender a luz e fazer barulho? Muitos meliantes fogem quando percebem que tem pessoas em casa. Ou tente negociar com eles, quem sabe se a senhora der alguma colaboração, eles não desistem do assalto?
- O senhor é um louco?! Vou negociar com eles sim. E dizer para irem até aí, assaltar o senhor e levarem a sua arma, Que pelo visto não serve para nada mesmo.
- A única arma que eu tinha, doei para a campanha do desarmamento, pois estava enferrujada e sem munição. Com esta atitude espero estar fazendo a minha parte para um mundo menos violento. Se lhe serve de consolo, alguns meliantes já vieram aqui e levaram tudo que tinha na delegacia. Só sobrou um banquinho que trouxe de casa, e este telefone velho, que de tão velho foi deixado para trás.
- Ao menos então anote a ocorrência, para que eu possa acionar o seguro depois.
- Como lhe disse antes, aqui não tem nada além do banquinho e do telefone. Não tenho caneta, minha senhora. E o único papel que eu tinha, tive que utilizar em uma emergência estomacal, lá no banheiro.
- Meu Deus! Eles entraram! Alô? Alô? Policial?
- [Esta é uma gravação, o telefone para o qual ligou, acaba de ser cortado por falta de pagamento. ‘CLICK’]
E-mail: abrasc@terra.com.br
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(Autor: Antonio Brás Constante)
- Alô? Aqui é da Delegacia Brasil, policial Farrapos falando.
- Socorro! Ladrões estão tentando arrombar a minha casa.
- Nossa que horror. Acabei de atender outro cidadão que tinha o mesmo problema da senhora. Que mundo violento...
- Olha, preciso de uma viatura aqui e agora!
- Infelizmente não posso lhe ajudar. É que a única viatura que temos está estragada. E mesmo que funcionasse, faz tempo que o tanque dela está vazio. Mas o pior é que como não temos garagem aqui, a viatura tem que ficar na rua. A senhora acredita que outro dia roubaram as rodas dela? Hoje em dia não respeitam nem a policia...
- O senhor tem que me ajudar! Mande os policiais de táxi então. Eu pago.
- Mandaria, se houvesse outros policiais, mas com os cortes públicos na área de segurança, eu sou o único policial de plantão aqui hoje aqui. E se abandonar meu posto, quem vai atender as ocorrências?
- Mas, o que eu faço então?
- A senhora já tentou acender a luz e fazer barulho? Muitos meliantes fogem quando percebem que tem pessoas em casa. Ou tente negociar com eles, quem sabe se a senhora der alguma colaboração, eles não desistem do assalto?
- O senhor é um louco?! Vou negociar com eles sim. E dizer para irem até aí, assaltar o senhor e levarem a sua arma, Que pelo visto não serve para nada mesmo.
- A única arma que eu tinha, doei para a campanha do desarmamento, pois estava enferrujada e sem munição. Com esta atitude espero estar fazendo a minha parte para um mundo menos violento. Se lhe serve de consolo, alguns meliantes já vieram aqui e levaram tudo que tinha na delegacia. Só sobrou um banquinho que trouxe de casa, e este telefone velho, que de tão velho foi deixado para trás.
- Ao menos então anote a ocorrência, para que eu possa acionar o seguro depois.
- Como lhe disse antes, aqui não tem nada além do banquinho e do telefone. Não tenho caneta, minha senhora. E o único papel que eu tinha, tive que utilizar em uma emergência estomacal, lá no banheiro.
- Meu Deus! Eles entraram! Alô? Alô? Policial?
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domingo, 11 de janeiro de 2009
ENTRE DIETAS FISICAS E EXERCICIOS ALIMENTARES
ENTRE DIETAS FISICAS E EXERCICIOS ALIMENTARES
(Autor: Antonio Brás Constante)
O verão chegou e com ele a necessidade ilusória e temporária de tentar levar uma vida mais saudável para curtir melhor a estação do sol (mesmo que seja à noite). Alguns resolvem cortar os alimentos pela metade, comendo apenas meio pudim, meia pizza grande, bebendo meio litrão de refrigerante e até comendo meia melancia, pois uma frutinha (por maior que seja) sempre cai bem.
Outros optam por aderir a dieta da sopa, ou seja, se a comida der sopa em qualquer lugar o individuo vai lá e come. Muitos também preferem ingerir comidas de um tipo “leve”, daí só comem nos restaurantes pague-e-leve, pois leve por leve, o melhor é comer onde dê para levar tudinho para o prato. Por fim há quem aposte em uma dieta mais positiva, comendo de forma despreocupada e esperando que no final tudo acabe dando certo.
Somos influenciados por nutricionistas a comer vegetais, mas se olharmos o exemplo das vacas (que só comem grama), passamos a questionar se a ingestão de quaisquer folhinhas verdes realmente ajuda a emagrecer. O mundo é um lugar imperfeito, já que comemos a vaca que come a grama, ou seja, deveríamos ganhar créditos por ingerir vegetais de forma indireta através da carne bovina que acreditamos existir dentro de um suculento xis salada. Porém, devemos olhar as coisas sob uma ótica otimista, pois muito pior seria se nós tivéssemos que comer grama, tomando o cuidado para que as vacas não nos comessem.
Mas existem aqueles que desistem de emagrecer na base da dieta e partem para o ataque através dos exercícios físicos, trocando restaurantes por academias, desviando a atenção dos pratos quentes pelo calor das atividades físicas. Num piscar de olhos eles se vêm correndo e suando em esteiras que nada lembram uma confortável cadeira de praia, mas que são bons lugares para se pensar na vida, no mundo, e principalmente, em quanto tempo falta para encerrar aquele cansativo exercício.
Bom mesmo seria se pudéssemos praticar dietas físicas e exercícios alimentares, onde como dietas físicas se entenderia qualquer tipo de repouso que pudesse poupar o corpo (templo divino e ponto intermediário entre os macacos e os anjos), das agruras causadas pelo esforço através de atividades forçadas que causam mais suor que sorrisos, lembrando sempre que pessoas de fibra são sempre as preferidas pelos canibais que querem manter uma dieta salutar.
Quanto aos exercícios alimentares, eles poderiam ser considerados como toda e qualquer forma de ingestão prazerosa de iguarias, dessas que cativam os olhos, penalizando o resto de nossa carcaça de carne, onde dizem que está aprisionado algo chamado de espírito, e que geralmente acaba servindo de desculpa para nos acharmos melhores do que qualquer outro tipo de criatura viva que possa existir.
Enfim, o ideal seria conseguir tocar a vida através de exercícios alimentares e dietas físicas e dietas alimentares e exercícios físicos, conciliando prazer e saúde em uma única forma de viver.
E-mail: abrasc@terra.com.br
Site: www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc
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(Autor: Antonio Brás Constante)
O verão chegou e com ele a necessidade ilusória e temporária de tentar levar uma vida mais saudável para curtir melhor a estação do sol (mesmo que seja à noite). Alguns resolvem cortar os alimentos pela metade, comendo apenas meio pudim, meia pizza grande, bebendo meio litrão de refrigerante e até comendo meia melancia, pois uma frutinha (por maior que seja) sempre cai bem.
Outros optam por aderir a dieta da sopa, ou seja, se a comida der sopa em qualquer lugar o individuo vai lá e come. Muitos também preferem ingerir comidas de um tipo “leve”, daí só comem nos restaurantes pague-e-leve, pois leve por leve, o melhor é comer onde dê para levar tudinho para o prato. Por fim há quem aposte em uma dieta mais positiva, comendo de forma despreocupada e esperando que no final tudo acabe dando certo.
Somos influenciados por nutricionistas a comer vegetais, mas se olharmos o exemplo das vacas (que só comem grama), passamos a questionar se a ingestão de quaisquer folhinhas verdes realmente ajuda a emagrecer. O mundo é um lugar imperfeito, já que comemos a vaca que come a grama, ou seja, deveríamos ganhar créditos por ingerir vegetais de forma indireta através da carne bovina que acreditamos existir dentro de um suculento xis salada. Porém, devemos olhar as coisas sob uma ótica otimista, pois muito pior seria se nós tivéssemos que comer grama, tomando o cuidado para que as vacas não nos comessem.
Mas existem aqueles que desistem de emagrecer na base da dieta e partem para o ataque através dos exercícios físicos, trocando restaurantes por academias, desviando a atenção dos pratos quentes pelo calor das atividades físicas. Num piscar de olhos eles se vêm correndo e suando em esteiras que nada lembram uma confortável cadeira de praia, mas que são bons lugares para se pensar na vida, no mundo, e principalmente, em quanto tempo falta para encerrar aquele cansativo exercício.
Bom mesmo seria se pudéssemos praticar dietas físicas e exercícios alimentares, onde como dietas físicas se entenderia qualquer tipo de repouso que pudesse poupar o corpo (templo divino e ponto intermediário entre os macacos e os anjos), das agruras causadas pelo esforço através de atividades forçadas que causam mais suor que sorrisos, lembrando sempre que pessoas de fibra são sempre as preferidas pelos canibais que querem manter uma dieta salutar.
Quanto aos exercícios alimentares, eles poderiam ser considerados como toda e qualquer forma de ingestão prazerosa de iguarias, dessas que cativam os olhos, penalizando o resto de nossa carcaça de carne, onde dizem que está aprisionado algo chamado de espírito, e que geralmente acaba servindo de desculpa para nos acharmos melhores do que qualquer outro tipo de criatura viva que possa existir.
Enfim, o ideal seria conseguir tocar a vida através de exercícios alimentares e dietas físicas e dietas alimentares e exercícios físicos, conciliando prazer e saúde em uma única forma de viver.
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ULTIMA NOVA NOTA DO AUTOR: Agora disponho também de ORKUT, basta procurar por "Antonio Brás Constante".
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