MEU NARIZ, SUA BOCA E UM CIGARRO ENTRE NÓS.
(Autor: Antonio Brás Constante)
SIM, eu fumo. Fumo através de outras bocas, cada vez que respiro o ar advindo de suas narinas, que exalam fumaças toscas. Fumo de forma passiva, indefesa. Fumo sem ver, sem muitas vezes saber. Fumo por ter que respirar um ar viciado, produzido por você.
Eu padeço de um suplício através de seu vício, perecendo um pouco a cada momento, por causa de suas baforadas desaforadas, desta doença disfarçada de indiferença, que atenta contra a própria vida que em ti se sustenta.
De tempos em tempos uma nova tragada, desta podre fumaça estragada, que viaja em suaves brumas para ser por mim inalada. Sinto-me um cinzeiro humano, contaminado por seus crônicos atos insensatos, que impregnam meus cabelos, minhas roupas, minha mente, com o cheiro que brota das cinzas de suas guinbas decadentes.
E você se acha uma pessoa bacana, sorvendo seu cigarro até a bagana. Soprando a morte aos ventos da própria sorte. Meu pior sortilégio é ser vítima casual de suas ações fugazes para tentar fugir do tédio.
Indivíduos movidos por uma ânsia que vai apagando o fogo de sua essência, queimando suas entranhas com todo tipo de moléstias estranhas. Alguns chegam a clamar por direitos equivocados de usufruir do funesto tabaco, por tantos outros execrado.
Quem cai nas garras desse frenesi, sabe o quanto é fácil começar e difícil parar de fumar. Onde o condenado ainda paga para poder se matar. Coloca na boca a arma e vai disparando para dentro de si mesmo atroz veneno, consumido em frascos tão pequenos. Atira uma, duas... Inúmeras vezes (e seus pulmões que se danem sofrendo a esmo).
Vão se matando aos poucos, e alguns ainda dizem que eu é que sou louco (talvez só um pouco). Mas acho que é porque quem respira tais toxinas às vezes desatina. Vai assassinando sua tênue existência todo santo dia, em troca da fútil nostalgia de soprar fumaça, imitando a chaminé de uma lareira nefasta.
Suicidas que se acham modernos. Fumam para espantar os seus demônios internos. Fumam pela rebeldia, ou para simular alegria. E eu sigo fumando com eles. Adoecemos, combalidos por essa desgraçada fuligem amaldiçoada. Agora se me derem licença vou tomar minha cachaça, pois já que é para se acabar, enfisema ou cirrose tanto faz. O importante é saber que no fim alguém vai acabar lucrando, enquanto vamos todos nos matando. Enfim, como para meio entendedor uma boa palavra basta, só posso deixar uma dica: fumar MATA.
***
A PROPÓSITO: Falando um pouco sobre a notícia de astronautas que perderam suas ferramentas no espaço, fica a pergunta: Afinal, perder coisas no espaço pode ser considerado um acontecimento sem gravidade?
E-mail: abrasc@terra.com.br
Site: www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc
NOTA DO AUTOR: Divulgue este texto para seus amigos. (Caso não tenha gostado do texto, divulgue-o então para seus inimigos).
NOVA NOTA DO AUTOR (agora com muito mais conteúdo na nota): Caso queira receber os textos do escritor Antonio Brás Constante via e-mail, basta enviar uma mensagem para: abrasc@terra.com.br pedindo para incluí-lo na lista do autor. Caso você já os receba e não queira mais recebe-los, basta enviar uma mensagem pedindo sua retirada da lista. E por último, caso você receba os textos e queira continuar recebendo, só posso lhe dizer: "Também amo você! Valeu pela preferência".
ULTIMA NOVA NOTA DO AUTOR: Agora disponho também de ORKUT, basta procurar por "Antonio Brás Constante".
(Autor: Antonio Brás Constante)
SIM, eu fumo. Fumo através de outras bocas, cada vez que respiro o ar advindo de suas narinas, que exalam fumaças toscas. Fumo de forma passiva, indefesa. Fumo sem ver, sem muitas vezes saber. Fumo por ter que respirar um ar viciado, produzido por você.
Eu padeço de um suplício através de seu vício, perecendo um pouco a cada momento, por causa de suas baforadas desaforadas, desta doença disfarçada de indiferença, que atenta contra a própria vida que em ti se sustenta.
De tempos em tempos uma nova tragada, desta podre fumaça estragada, que viaja em suaves brumas para ser por mim inalada. Sinto-me um cinzeiro humano, contaminado por seus crônicos atos insensatos, que impregnam meus cabelos, minhas roupas, minha mente, com o cheiro que brota das cinzas de suas guinbas decadentes.
E você se acha uma pessoa bacana, sorvendo seu cigarro até a bagana. Soprando a morte aos ventos da própria sorte. Meu pior sortilégio é ser vítima casual de suas ações fugazes para tentar fugir do tédio.
Indivíduos movidos por uma ânsia que vai apagando o fogo de sua essência, queimando suas entranhas com todo tipo de moléstias estranhas. Alguns chegam a clamar por direitos equivocados de usufruir do funesto tabaco, por tantos outros execrado.
Quem cai nas garras desse frenesi, sabe o quanto é fácil começar e difícil parar de fumar. Onde o condenado ainda paga para poder se matar. Coloca na boca a arma e vai disparando para dentro de si mesmo atroz veneno, consumido em frascos tão pequenos. Atira uma, duas... Inúmeras vezes (e seus pulmões que se danem sofrendo a esmo).
Vão se matando aos poucos, e alguns ainda dizem que eu é que sou louco (talvez só um pouco). Mas acho que é porque quem respira tais toxinas às vezes desatina. Vai assassinando sua tênue existência todo santo dia, em troca da fútil nostalgia de soprar fumaça, imitando a chaminé de uma lareira nefasta.
Suicidas que se acham modernos. Fumam para espantar os seus demônios internos. Fumam pela rebeldia, ou para simular alegria. E eu sigo fumando com eles. Adoecemos, combalidos por essa desgraçada fuligem amaldiçoada. Agora se me derem licença vou tomar minha cachaça, pois já que é para se acabar, enfisema ou cirrose tanto faz. O importante é saber que no fim alguém vai acabar lucrando, enquanto vamos todos nos matando. Enfim, como para meio entendedor uma boa palavra basta, só posso deixar uma dica: fumar MATA.
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A PROPÓSITO: Falando um pouco sobre a notícia de astronautas que perderam suas ferramentas no espaço, fica a pergunta: Afinal, perder coisas no espaço pode ser considerado um acontecimento sem gravidade?
E-mail: abrasc@terra.com.br
Site: www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc
NOTA DO AUTOR: Divulgue este texto para seus amigos. (Caso não tenha gostado do texto, divulgue-o então para seus inimigos).
NOVA NOTA DO AUTOR (agora com muito mais conteúdo na nota): Caso queira receber os textos do escritor Antonio Brás Constante via e-mail, basta enviar uma mensagem para: abrasc@terra.com.br pedindo para incluí-lo na lista do autor. Caso você já os receba e não queira mais recebe-los, basta enviar uma mensagem pedindo sua retirada da lista. E por último, caso você receba os textos e queira continuar recebendo, só posso lhe dizer: "Também amo você! Valeu pela preferência".
ULTIMA NOVA NOTA DO AUTOR: Agora disponho também de ORKUT, basta procurar por "Antonio Brás Constante".